A vocação de S. Mateus

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um blogue desalinhado

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Os franceses têm Zidane, os portugueses João Salgueiro. Zidane passou-se porque um jogador lhe insultou a irmã, Salgueiro não suportou as marradas de um touro no seu cavalo. Saltou para o chão e enfrentou o bicho. Um homem contra um touro. O homem perdeu mas, por uma vez, bato palmas a um genuíno toureiro.
«Acho que o país está doido!», disse Santana Lopes na SIC notícias, e saiu a meio de uma entrevista em protesto por lhe cortarem a palavra para cobrir, em directo, a chegada de Mourinho a Lisboa. Como escreveu Brecht, há homens que lutam toda a vida e se tornam imprescindíveis. Outros têm momentos inspirados numa vida pública errática e merecem, por uma vez, o nosso aplauso. Mas chamá-los heróis é abusivo. Herói, improvável ou não, é Obélix.Etiquetas: Obélix, Pedro Santana Lopes
Menezes foi dos mais surpreendidos com a sua vitória. Só assim se percebe que ainda há dias andasse sistematicamente a duvidar do processo eleitoral e a ameaçar com o recurso aos tribunais. Se contasse ganhar Menezes só estaria a manchar a legitimidade da sua vitória e a acirrar os ânimos dos derrotados. Aliás, o eleito do PSD e a sua "equipa" ainda estão tão surpreendido com a vitória que não conseguiram alinhavar uma conferência de imprensa anunciada (e desanunciada - até ver) para hoje, sábado . Parece que também não sabe se fica pelo Norte ou desce até Lisboa.Etiquetas: País das Maravilhas
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Parabéns: o SAPO comemorou doze anos no início deste mês. No ano em que os seis estudantes de Aveiro o criaram (será que já o imaginavam com a dimensão que veio a ter?), acho que ainda nem tinha e-mail. Se não me engano, foi no ano seguinte que um colega de curso, hoje bom amigo, me explicou como abrir uma conta grátis no Yahoo. Por essa mesma altura comecei a explorar, muito esporadicamente, a web. Tanto mudou em tão pouco tempo. Parabéns aos criadores do serviço de apontadores, hoje portal, por ousarem inventar.
Se há domínio em que anseio pelo retorno do figurativismo é no da sinalética. Levante a mão que nunca deu por si num espaço comercial, cultural ou restaurativo tentando decifrar símbolos que o levassem a acertar no desbebedouro. Felizmente, há sempre um criativo sabedor de que, em momento de necessidade, nenhuma qualidade bate a clareza.Alan Greenspan, o ex-banqueiro central norte-americano, revela no "Daily Show" uma dose considerável de honestidade intelectual: antes de mais, admite que, com o sistema monetário que temos depois do padrão-ouro, não vivemos realmente num mercado livre. Toda a economia é condicionada pela unidade monetária de papel que circula em regime de monopólio e esta é administrada por "reguladores", que tomam decisões arbitrárias impostas a todos os agentes económicos. Sobre o processo de decisão desses "reguladores", Greenspan não podia ser mais claro: não sabem - ninguém sabe - fazer previsões e aquilo que usam são os dados disponíveis a toda a gente interessada. E é curioso que, perante perguntas do senso comum como as de Jon Stewart ("porque tem de existir um banco central?"), Greenspan não tenha nada para dizer em defesa do sistema. Se não estivessemos viciados no sistema inflacionista em que vivemos - que realmente penaliza o trabalho e a poupança, como Jon intui -, o que teria sentido seria restaurar o padrão-ouro (é o que Ron Paul anda a dizer na campanha para as primárias republicanas).
O Dr Ron Paul explicou mais uma vez porque é o melhor candidato presidencial norte-americano.
À borda de outra água: O Almanaque do Povo excursionou mui brevemente por terras de Um Inimigo do Povo. A Noruega actual não se mostrou tendente a excitações colectivas semelhantes às do enredo ibseniano, ainda que não tenha escapado à tabloidite associada ao infeliz caso McCann. Atingidos após algumas décadas de social-democracia níveis sem precedentes de qualidade de vida, os noruegueses discutem agora a melhor forma de preparar um futuro sem o maná energético responsável pela sua prosperidade, discussão essa centrada na gestão do fundo petrolífero nacional. Habituada ao segundo mundo, certa pandilha portuguesa não sabe se estranhou mais a ausência de ostentação material pública e privada, se o preço da cerveja, se as maçãs deixadas nos beirais em oferta aos passantes, se a cadência cronometricamente alinhada da vida social. Não estranhou nada foi aquela relação com a Suécia, a Espanha da sua península. E os vikings blogam? Blogam, obviamente. Dois dos mais conhecidos bloggers são Bjørn Stærk e Hans Rustad. Etiquetas: Almanaque; Noruega;

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Etiquetas: Dalai Lama, Tibete
Só uma personalidade rara como o décimo quarto Dalai Lama pode estabelecer uma ponte entre uma cultura tão exótica e remota como a do budismo tibetano e a cultura global em que vivemos. Ler o LivroTibetanos dos Mortos e Ética para o Novo Milénio permite compreender esse trajecto fascinante. Escrevi sobre o Dalai Lama e o seu projecto ético logo no início deste blogue, aqui.Etiquetas: Dalai Lama, luta contra o terrorismo
A RTP2 vai passar no próximo domingo, 16 de Setembro, a partir da meia noite e meia, duas curtas-metragens de Margarida Leitão: Parte de Mim (2006) e A Ferida (2003). A realizadora nasceu em 1976 e possui um curriculum cinematográfico preenchido, como se pode ver aqui, tendo realizado estas duas obras de ficção. É possível descortinar nestes filmes linhas de continuidade temática e estética: os sofrimentos femininos, a centralidade do corpo na exposição das emoções e a impotência das palavras perante a tragédia, o silêncio, as sombras.Etiquetas: cinema português, filmes, Margarida Leitão

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Regressado de férias, aproveitei uma pausa numa rentrée pesada para me pôr a par de muitos textos publicados sobre o «caso» do milho transgénico. Miguel Portas, cujas reacções imediatas contribuíram para o clamor em volta da história, escreveu um texto mais ponderado aqui. O post só indica que passou ao lado do essencial. A direita cumpriu o seu papel ao defender o direito de propriedade. A esquerda não percebeu que nesta história não se encontrava em causa apenas o direito de propriedade, mas também o direito do trabalho. O slogan da esquerda não era «a terra a quem a trabalha?». Neste caso, quem é que trabalha a terra – José de Menezes ou Gualter Baptista? Se uma cooperativa decidisse, em assembleia, cultivar milho transgénico o problema não era exactamente o mesmo? Se um grupo de «ambientalistas» atacasse uma cooperativa que cultivasse milho transgénico para quem é que iam as «simpatias» de Miguel Portas?Etiquetas: lutas ecológicas, Milho transgénico