Debates transgénicos
O Bloco de Esquerda vive o grande equívoco de imaginar que a causa ecológica é necessariamente anti-capitalista. Basta um nome – Tchernobyl – para perceber que não é assim. O que é que impede uma empresa privada de se dedicar à agricultura biológica e de ter como segmento de mercado os mais ricos? O que é que impede um Estado como o da Coreia do Norte de, se tiver capacidade tecnológica, produzir alimentos transgénicos?
No remate do seu post, Miguel Portas pergunta - «Transgénicos fora ou dentro do prato?». A minha resposta é a seguinte: se a ciência tem a certeza de que são prejudiciais à saúde, a lei deve manter os transgénicos fora do prato. Perante a dúvida científica, cabe ao consumidor escolher. A minha inclinação é para rejeitar alimentos transgénicos. O que posso exigir é que os alimentos transgénicos sejam identificados de modo a permitir a escolha, não apoiar a destruição de plantações. Até porque o produto das plantações transgénicas não vai necessariamente parar ao prato. Em Silves, não se cultivava milho transgénico destinado ao prato, mas a rações, ou seja, a manjedouras ou pocilgas.
A alimentação é apenas um aspecto das plantações transgénicas. Estas podem ter outro tipo de utilização, como a produção de biocombustível. E este ângulo da questão não tem sido abordado. Em causa está também a produção de energia renovável, que diminua a poluição da atmosfera, os custos de produção e a dependência face aos países produtores de petróleo. O movimento Verde Eufémia pode ser o mal de que pretende ser a cura.
Etiquetas: lutas ecológicas, Milho transgénico
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