terça-feira, setembro 22, 2009

Coisas simples

A Assembleia da República «debateu» o fim do Jornal de Sexta da TVI.
Não há notícia que vá reunir para discutir a inventona das escutas.
Quem apoie o PSD actual, quem colabore com a Presidência, não merece já ser qualificado.
A Assembleia faz bem em nã reunir, o PS faz bem em não insistir no assunto.
Tal como com o Público, só não percebe quem não quer.

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domingo, setembro 20, 2009

Classe, Status e legislativas

O título deste post é uma dupla referência: imediatamente, ao ensaio de Hermínio Martins Classe, Status e Poder; mediatamente, e tal como o ensaio de Martins, relembra o ensaio de Max Weber Classe, Status e Partidos.
A propósito destas legislativas assistimos desde há muito a algo típico da sociedade portuguesa. Algo que já no tempo de Cavaco se manifestara mas, pelo menos para quem era adolescente na altura, de forma não tão visível*. O ódio de status. Não ódio de classe, por não se tratar de uma questão de propriedade (ou rendimentos). Ódio de status, por manifestar num discurso amesquinhante a respeito de alguém uma divisão social rígida. O seu critério não é a propriedade, mas a «boa sociedade» (Weber usou como critério «honra», mas o termo hoje pode ser mais equívoco).
Entenda-se: o que separa Sócrates de Manuela Ferreira Leite de Sócrates não é o dinheiro (a propriedade). Ambos serão classe média (alta). Aquilo que os distingue é o status. Anos de achincalhamento à licenciatura, à família, às casas que assinou antes de ser deputado, etc. foram um contínuo exercício de aviltamento do status de Sócrates, um parvenu aos círculos de poder. Ele bem o sabe e disse-o mesmo em várias entrevistas (sempre no estrangeiro). Nunca deu a parte fraca (e muito bem), liderando a maior mudança geracional na composição do PS desde a sua fundação. Nisso pode até ter salvo o PS de se fossilizar como o ainda cavaquista PSD. E, nisso, talvez até tenha salvo o regime político saído de 25 de Abril de 1974. De que serviu todo o exercício? Para o mesmo que servira o aviltamente de Cavaco (também ele, da província): para mostrar a diferença social, bem mais intangível, e inatingível, que a questão material da propriedade.
Isto vem a propósito de um artigo a escrever para a Finisterra. Mas fica hoje registado por causa da «peça jornalística» que o Público (sempre ele...) publicou hoje. Ferreira Leite, que não se doutorou mas é «doutora», é do «país do respeitinho», com família nos círculos do poder (leia-se: do Estado) desde o século XIX - e com resultados tão brilhantes como os dos seus consulados na Educação e nas Finanças. Sócrates é «videirinho», sem «nome» e sem nada que o recomende. Quem «explica» isto é um sociólogo, de isenção, equilíbrio e imparcialidade consabidas. Aliás, ser «sociólogo» é por si só infinitamente mais exigente que ser líder do maior partido de Portugal e chefe de Governo, a «explicação» é por isso inquestionável.
E o pior é que é mesmo.

* Embora não falte a memória de uma «reportagem» do Indy sobre o que calçavam os ministros de Cavaco, fotografando apenas os pés, para comentar sapatos e meias...

PS - E no entanto foi com dois provincianos que, em liberdade, à qual as «elites» só se conformaram após esgotada a última chance da ditadura (e o mediador ainda teve de vir dessas elites, de seu nome Mário Soares), foi com dois provincianos, dizia, com Cavaco e Sócrates, que em liberdade o país mais se desenvolveu e se alterou. Nada que interesse muito aos sociólogos. O respeitinho, de facto, ainda é muito bonito.

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sexta-feira, setembro 18, 2009

O Presidente que quis concorrer às legislativas e vai perder

O ano passado, a propósito de um plágio na Wikipedia de um texto meu no site do Instituto Camões, uma troca de comentários na caixa do post aqui publicado, fez-me lembrar uma anedota freudiana em que um tipo empresata um caldeirão a outro e quando o recebe de volta com um furo queixa-se, mas tem como resposta: primeiro, o caldeirão não está furado; segundo, já mo emprestou furado; terceiro, nunca me emprestou nada.
Hoje, ao ouvir o director do Público dizer que o mail foi forjado mas isto prova que invadiram o servidor do jornal (logo o SIS, à boa maneira maoísta...), lembrei-me da anedota.
Isto está tão mau que até Louçã faz boa figura, centrando a questão não no assessor mas no Presidente (como as palavras deste sobre a notícia de hoje bem revelam, de novo). Soares não resistiu a querer ser de novo Presidente, Cavaco não resiste a querer acumular Belém e S. Bento. Mas estes casos só interessem a quem queira ou apoie campanhas de casos.

PS - Depois das declarações do director do jornal e do seu dono, acerca de políticos que querem controlar o jornal, o dia não chegou ao fim sem a notícia (notíciário das 22h da RTP2) de a Administração do jornal informar que parece, afinal, não ter acontecido qualquer intrusão no sistema informático do jornal, o que não se encontra noticiado no Público online mas coincide com a notícia do inquérito interno. Resta saber quando chegam as desculpas do caluniador e seu patrão. Do aproveitamento de um desesperado PCP e do PCP da Direita, nada a dizer, seria eprda de tempo.

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quinta-feira, setembro 17, 2009

Força, camarada!

Aqui, a 17 de Julho, já ficou um exemplo de desinformação. Como esta não se detém nem perante factos, muito bem anda o caluniado na resposta.

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quarta-feira, setembro 16, 2009

Por Falar em Ligações

[Christoph Niemann]

... aproveito para dedicar a todos os blogueiros de mau sono - sim, não somos poucos - esta. O Abstract City, blogue do Chistoph Niemann no NYT, consegue um três em linha pouco fácil de encontrar - é divertido, bonito e doce.

Há muito tempo devida...

...a ligação ao Shakira Kurosawa. O som do post de 26 de Agosto foi o alarme necessário. Só falta o road runner para a diversão ser completa.

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domingo, setembro 13, 2009

11 de Setembro... no Chile

terça-feira, setembro 08, 2009

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quarta-feira, setembro 02, 2009

A revista e o êxito

Há certo tipo de revistas que encontramos sempre nos consultórios e estabelecimentos afins. Revistas adequadas à função de paliativo naqueles minutos de uma espera (quase) eterna. Os temas são invariáveis, ou por outras palavras, as revistas revelam uma unidade surpreendente – os amores e desamores, as roupas, os casamentos e os divórcios, as festas sociais sempre dos mesmos, tudo eventos sublinhados por legendas e acompanhados de fotografias. Numa ou noutra vez deparamos com alguma frase ou expressão que nos deixam embasbacados. Senão, reparem nesta: «Com dezoito anos Lolita já conheceu o êxito, pois não só já foi casada como até já é divorciada».

terça-feira, setembro 01, 2009

Desabafos do Povo, 1

[Comboio Rossio-Sintra, Julho de 2009]

Dos partidos é de ver, mas entretanto venha a nós o nosso Houaiss.