segunda-feira, dezembro 29, 2008

À Lista #2

Slow Blogging: outros se lembraram de transportar a filosofia do movimento fundado por Carlo Petrini para a bloga(c)ção. Por cá não conheço quem se afirme seguidor da dita, mas facto é que vários dos bloggers que acompanho há longo tempo e não desapareceram de cena alargaram o passo. Ora, como a ideia de que um blogue só tem interesse se apresentar um intenso e constante débito de postagem é, quanto a mim, simplesmente falsa, aqui ficam alguns exemplos que facilmente a desmentem: Vidro Duplo, Rua da Judiaria, B-Site, She Hangs Brightly, e Linha dos Nodos.

[Ementa de jantar a Bordo do S.S. Königin Luise, 1901,( NYPLDG)]

sexta-feira, dezembro 26, 2008

À Lista # 1

Não será aqui se quebrará o hábito de revisitar o ano bloguístico à la carte, não senhores. A par e post, eis alguns dos meus preferidos em 2008.

Os arquitectos: gostei bastante de ler João Amaro Correia, Lourenço Cordeiro e Pedro Duarte Bento. De traços bem distintos, não esgotam a representatividade do seu mester na lusobloga, tão pouco fazem dele o único objecto. Em comum? Limpidez, graça e circunspecção.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Um Natal

feliz para todos, em festa e comunhão com os que vos são mais queridos.









[Natividade (Retábulo da Capela-Mor da Sé de Viseu), c. 1506, Francisco Henriques]



terça-feira, dezembro 23, 2008

Livros/DVDs para o povo...


... em forma de prenda de Natal de último minuto este belo livro ou dvd sobre a história do protestantismo.


Um Santo Natal a todos.

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sexta-feira, dezembro 19, 2008

Velha Nova Esquerda

Exactamente o que é tem de nova a tal de nova esquerda? Dizer que o PS é de direita? Mas esse é o slogan mais gasto da extrema esquerda contra o socialismo democrático - só ela é que é a verdadeira esquerda, os outros são serventes do capitalismo. Esse slogan tem mais de 100 aninhos.

Quem quiser ver em boa forma os tiques leninistas da única verdadeira esquerda pode deixar-se arrastar para aqui.

Quem desejar apreciar a sofisticação de argumentos da dita pode verificar aqui que afinal o PS é muito diferente dos outros partidos sociais democratas, ou melhor, afinal e mais precisamente dos do sul da Europa (porquê do sul? O sol dos amanhã que cantam brilha mais?)

O que é incrível, a não ser tendo em conta a personagem, é que um dirigente do PS como Alegre, se deixe arrastar por esta velha sereia e ignore o esforço sistemático para os realmente pobres que este governo fez em tempos difíceis.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Sobre comunicação e política

Antes que tudo se reduza à entrevista televisiva de mais logo de Manuel Alegre...
Na Terça, estive no jantar em que o ministro das Finanças falou sobre a crise actual, declarações que abriram todos os noticiários na manhã de ontem. Que entretanto tenham perdido relevância é natural, pois houve um debate parlamentar com o Primeiro Ministro entretanto. O que é perverso é que nenhum dos órgãos de comunicação social, tanto quanto me apercebi, tenha sequer referido o que o ministro das Finanças disse a respeito do BPP. Que a intervenção do Estado não protege os grandes accionistas mas sim 160.000 pequenos accionistas que (através de outras instituições) têm os seus investimentos geridos pelo BPP. Os mesmos pequenos accionistas que agora vemos em telejornais? Não sei, mas constato que a única verdadeira notícia daquela intervenção não foi noticiada.
Entretanto, ainda há boas notícias da política que passam pelo filtro do «quanto pior, melhor» do jornalismo político. Daqui a uns meses voltará a conversa sobre a falta de representatividade do Parlamento Europeu, decerto, mas cada vez mais é o órgão político comunitário a cuja evolução uma política de Esquerda deve prestar atenção. Contos largos, estes...

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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Blogue em Português

Uma novidade, cheia de novidades pouco faladas. Para pensar na nossa língua.

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terça-feira, dezembro 16, 2008

Quando


Tenho recordado este poema nos últimos meses, mas hoje apeteceu-me partilhá-lo. Morrem coisas e pessoas, nascem coisas e pessoas, é a vida, e só pode acabar:


Quando


Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.


Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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segunda-feira, dezembro 15, 2008

Actualizar o marcador

E ir vendo pelo menos até ao post «Expressionismo», que convence mesmo os que não são fãs de Scarlett.

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sábado, dezembro 13, 2008

Disco de Natal

Repete amanhã a entrevista de Rui Reininho, agora aqui ao pé em Pedrouços, na Radar. Boa vizinhança. Bom disco.

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terça-feira, dezembro 09, 2008

Ouvir para crer, com o Major Tomé no Rádio Clube

Ontem à noite o Alexandre Honrado (programa Ao fim do Dia, no RCP, todas as noites, com Sofia Frazôa) desafiou-me para falar da Esquerda não comunista a propósito do último congresso do PCP. O interlocutor, esse velho lobo do mar que dá pelo nome de major Mário Tomé.
Claro que não há muito a dizer sobre o Partido Conservador Português. Hoje em dia, e como o congresso mostrou, é o melhor apoio táctico do Governo, ao dizer de BE, de Alegre e (até) de comunistas de antigamente o que o PS não pode dizer (nem deve, por prezar a liberdade). Além de, ao recusar qualquer aliança, garantir a divisão da extrema-esquerda (realmente, como juntar o negativo ao negativo?).
Quando Jerónimo de Sousa garante que o PCP será governo quando o povo português quiser, isto na quarta década de democracia em que o povo português rejeita isso, diz tudo. De facto, tal como qualquer revisão da Constituição é sempre denunciada pelo PCP como o mais grave atentado ao 25 de Abril e, assim que a revisão é feita, a Constituição passa a ser defendida pelo PCP como conquista de Abril, tal como os «modelos socialistas » caros ao PCP são Cuba e Coreia do Norte, também a política quotidiana é objecto do mais completo conservadorismo por parte do PCP, que denuncia a «política de Direita» seguida pelo PS enquanto vota com a Direita no Parlamento (como na última Sexta, o que parece desinteressante para quem prefere falar de quem não está em vez do que faz quem está). E vota, claro, não para fazer algo, mesmo que de Direita, mas simplesmente para suspender que se faça. A Direita portuguesa propõe a manutenção do statu quo para manter o privilégio da sua posição social relativa; a Esquerda conservadora, alinha por, desde sempre, o seu maior adversário ser a Esquerda democrática, que reforma de facto a pouco e pouco, em vez de protestar enquanto garante que, «um dia», haverá um modelo todo novo e até lá capitalizamos as queixas sem projecto político construtivo...
Aqui, o major Tomé afinou, pois o BE também vota com a Direita e é tão conservador como o PCP. E deixou a ideologia que até aí o interessava («neoliberalismo»e outras cosias que tão bem conhece) e lá veio com a «ética». Felizmente, eu tenho idade para me lembrar do «partido da ética» (feito a partir da presidência da República), que fez o belo serviço à Esquerda conservadora de eleger um governo de Direita com maioria absoluta. Bons velhos tempos... Aí era só queixas, etc., nada para fazer. Felizmente, os portugueses parecem estar bem atentos a esta «ética» e, como Alexandre Honrado notava, desde o início da actual maioria mantêm a intenção de colocar o PS no governo em 2009, com maioria parlamentar absoluta ou perto disso. Como sempre fizeram quando, em liberdade, quiseram reformas de Esquerda, os portugueses votam no PS. O(s) Partido(s) Conservador(es) Portugues(es) que se entretenham a atirar lama (ou ovos), a competir pelo voto protestativo uns com os outros, com as suas purgas internas. Logo no 25 de Abril apelavam ao voto em branco, até nisso conservam a sua «ética» da política - votar neles ou votar em branco é igual, de facto.

PS - Alexandre Honrado a dada altura citou Saramago que terá dito recentemente (cito de memória) que a Esquerda agora já não o é, sendo simplesmente «estúpida». Vindo de alguém com a «ética» política de Saramago, é um elogio, mas o interesse da pérola nem está aí, consiste sim em ser uma boa súmula do pensamento da Esquerda conservadora portuguesa. Levando-os à letra temos: ou a) este é o país mais à Direita do mundo, em que só menos de 10% (eleitorado PCP) vota à Esquerda; ou b), as pessoas querem votar à Esquerda mas não percebem que o PS é de Direita e por isso elegeram nos anos 70 e 80 Soares, nos anos 90 Guterres e, agora, Sócrates. Muitas frases de Saramago, aliás, se fossem ditas por outras pessoas, dariam brado. Assim, é curioso, ninguém se indigna. Estupidez? Não creio, infelizmente.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

De Entre os Thais

Passaram-se uns anos disto, pelo que é tudo menos nova, a afirmação de que uma das mais felizes consequências do fenómeno blogger consiste no livre acesso a reflexões de inédita variedade, riqueza e proximidade dos acontecimentos (as quais implicam maior discernimento e capacidade crítica, por ónus). Um exemplo muito recente do que os blogues podem trazer à nossa contemporaneidade - em evidente contraste com o registo noticioso dominante (sumário, repetitivo e por vezes truncado quanto ao que connosco não tem relação geo-política imediata ou vínculo cultural óbvio) - materializou-se a propósito da recente crise na Tailândia: Nuno Caldeira e Silva e Miguel Castelo-Branco ofereceram (e continuam a oferecer a quem os quiser ler), a par e passo, a partir do epicentro dos factos, duas perspectivas pessoais e substantivas, sem as quais os leitores lusófonos teriam ficado seguramente mais pobres.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Do essencial da política

[Sá Carneiro por Maluda (óleo sobre papel, 1974), encontrado neste cativante blogue]

Tempo - Que pensa da posição da social-democracia no contexto actual dos países desenvolvidos?
Sá Carneiro - Eu creio que nestes anos passados se verifica um maior afastamento da social-democracia em relação ao socialismo de influência marxista ou socialismo de Estado. Uma e outro são, de facto, incompatíveis. A social-democracia é uma resposta pragmática, de obediência a determinados princípios e ideias, mais do que uma ideologia, para conciliar a liberdade em todos os domínios com a necessidade do prosseguimento de uma grande justiça social. (...) Esta social-democracia representa ideias modernas e actuais e contraria e combate ideias do século XIX absolutamente desactualizadas e incapazes de resolver os problemas, como são a ideia da propriedade dos meios de produção pelo Estado e das nacionalizações sistemáticas. A social-democracia está muito mais adaptada à sociedade pós-industrial, à sociedade dos conhecimentos, da informação e da informática que tende a ser a nossa sociedade de hoje. Deixámos de ser sociedade de capital e por isso deixaram de interessar sobretudo a propriedade dos meios de produção, para sermos uma sociedade de conhecimentos e de transmissão desses conhecimentos. Esse será o futuro e a social-democracia como outros caminhos, embora não sociais-democratas, está muito mais actualizada e muito mais apta a interpretar e a governar as novas sociedades de conhecimento, de informação e de informática que já existem no mundo e que se terão de generalizar mesmo ao Terceiro Mundo. (...)

Tempo - É essa a social-democracia que gostaria de ver aplicada em Portugal?
Sá Carneiro - Com certeza que sim. E a política que temos seguido, embora não partidária, comunga destas linhas. Linhas que são participadas também e defendidas por partidos sociais-cristãos e por partidos democratas-cristãos e até por alguns partidos liberais. São linhas profundamente reformistas que vão ao encontro dos novos valores, para com eles defenderem o essencial da política que está presente nas várias posições partidárias, sejam elas sociais-democratas, democratas-cristãs ou liberais: a pessoa humana.

Extracto de entrevista concedida por Francisco Sá Carneiro ao Tempo, em 18 de Setembro de 1980. In Francisco Sá Carneiro: Textos (7º volume, 1980), uma relevante iniciativa de digitalização organizada pelo Instituto Francisco Sá Carneiro e disponível no seu site. Afinal, não tão "leve-e-com-muito-vídeo" quanto isso, Carlos.

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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Igualdade de oportunidades on line

Apesar de tantas reclamações exigindo debate e abertura nos partidos políticos, quando estes se mexem nesse sentido, o silêncio é quase total. Assim foi ainda na semana passada, quando a socialista Fundação Res Publica, que reuniu as Fundações José Fontana e Antero de Quental, apresentou à imprensa o seu site (com blog e com forum de discussão associados), e de novo assim foi no dia seguinte, quando o PSD apresentou o site do seu Instituto Francisco Sá Carneiro.
Mais uma triste prova de como ao «jornalismo político» nacional o que interessa não são os factos mas as intrigas sobre os factos. A ResPublica tem colaboradores activos e competentes, mas é vista como «resposta» ao «ops» dito 'alegrista', quando bastaria olhar os textos e ver que eles nem sequer se prestam a tal tresleitura. O Instituto do PSD é soterrado pelas peripécias da direcção do partido, quando parece apostado em pensar o médio prazo.
Uma primeira impressão sobre site e sobre o blog da ResPublica é de muita seriedade e linha oficial. Os debates em forum são o mais promissor, embora ainda muito cerimoniais também. É compreensível, atendendo à necessária diferenciação face à «rua» e ao facto de o PS estar no poder.
Do mesmo modo, a anunciada indisponibilidade do PSD para apresentar propostas próprias antes de meados de 2009 transparece num site leve (bem concebido) e com muito video (para quem goste do género, e de facto público não falta). Escusavam era de colocar num link sobre igualdade de oportunidades as perspectivas de Luciano Amaral e de Zézinha Nogueira Pinto... O que este socialista se deve estar a rir.

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segunda-feira, dezembro 01, 2008

Biblioteca Mário Sottomayor Cardia

É o nome novo da biblioteca central da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, ali à Avenida de Berna. A cerimónia oficial de consagração será Terça, dia 2 de Dezembro, pelo meio dia. Uma iniciativa integrada nos festejos do 30º aniversário da FCSH, a qual assim beneficia com a integração na sua biblioteca de uma das maiores bibliotecas particulares de Portugal. Cortesia da viúva, a escritora Luísa Ducla Soares. Todos estão, como é óbvio, de parabéns.
Adenda: hoje, 3 de Dezembro, é o dia da celebração dos 30 anos da FCSH. Parabéns de novo.

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