Depois de mais uma volta pelo CCB

[Imagem: cartaz alusivo a uma exposição de videogame art, encontrado na agenda da Wooster Collective]
um blogue desalinhado

Etiquetas: País das Maravilhas
Terá daqui a pouco lugar, na Fundação Calouste Gulbenkian, a apresentação do Arquivo Maria de Lourdes Pintasilgo, resultado do trabalho levado a cabo pela Fundação Cuidar o Futuro, sob coordenação de Paula Borges Santos. Ficarão agora em linha milhares de documentos constantes nesse mesmo arquivo, fontes essenciais ao estudo de um percurso público empenhado e multifacetado. Num Portugal seco de projectos políticos para o devir como o que hoje somos, olhar o percurso de uma "vontade de ir mais longe" não será com toda certeza tempo mal empregue.Etiquetas: Fundação Cuidar o Futuro; Maria de Lourdes Pintasilgo; Arquivo MLP

Etiquetas: BCP, País das Maravilhas
Etiquetas: Leituras para o Povo
Brad Renfro, um rapaz do Tenessee tornado actor aos onze anos anos por obra de Joel Schumacher, fez até à sua morte tantos filmes quantos os anos que tinha, vinte e cinco. Da tocante estreia à perturbadora interpretação em Bully (do qual foi também produtor associado), passando por dezenas de pequenas participações em longas-metragens e uma ou outra aparição em séries televisivas, resta segundo os obituários das grandes cadeias noticiosas (e não apenas dos duvidosos magazines de celebridades on e off-line), pouco mais que o rasto escandaloso dos seus problemas com a toxicodependência e a Lei. Que triste, este panoroma mediático puro e duro. Na Tinseltown desta última década, as circunstâncias de vida de um actor, tão mais que o seu trabalho, são o verdadeiro entretenimento.
Miguel Cadilhe sempre teve uma relação tensa e complicada com a comunicação social. Nos tempos em que era ministro do actual Presidente da República, foi atacado à má fila pelo Independente de Paulo Portas. Processou o semanário e ganhou a querela em tribunal. O povo reteve o «escândalo» em torno do apartamento nas Amoreiras, mas nem se apercebeu do resultado do processo. Agora o conhecido empresário, economista e político candidatou-se a Presidente do Conselho de Administração do BCP e perdeu por 97,7 por cento do apoio do capital representado na assembleia geral. Os números não inibiram o Público de apresentar Cadilhe como um dos vencedores da votação.Etiquetas: BCP, Cadilhe, comunicação social
O José Leitão deu aqui pelo éter blogosférico início ao que se pretende seja uma troca de ideias sobre o Cristianismo em Rede, e que terá continuidade, em carne e osso, no próximo colóquio do CRC*. Tal como afirma, o espectro cristão apresenta-se neste (relativamente) novo meio de comunicação em tonalidades diversas. Há-as institucionais, comunitárias, críticas, ocasionais, programáticas, ecuménicas, apologéticas. Convivem em linha páginas de congregações e paróquias, blogues de cristãos anónimos, portais teológicos, jornais digitais missionários.Etiquetas: Colóquio CRC; Cristianismo; Novos Media
Etiquetas: aeroporto internacional de Lisboa, Alcochete
José Sócrates terá ponderado seriamente em submeter o Tratado de Lisboa a um referendo, mas preferiu não cumprir uma promessa eleitoral a meter «meter um pau na engrenagem» do processo de unificação europeia. Foi esta a ideia que passou para a opinião pública da decisão anunciada ontem pelo primeiro-ministro. Mais grave ainda, a ideia foi aplaudida por opinion makers. A gravidade consiste em conceber um acto eleitoral como uma maçada e um processo político como uma engrenagem que se deve entregar aos cuidados de técnicos. Colocar o europeísmo contra a realização do referendo significa considerar que menos democracia é o preço a pagar por mais Europa.Etiquetas: ratificação parlamentar, Tratado de Lisboa, União Europeia
Na falta do almanaque da praxe (não tive tempo para estudar a bloga), aqui fica a sugestão da semana: o meu infoblog preferido dos últimos meses, mantido pelo jornalista britânico Mark Mardell. Um olhar lúcido e substancial sobre a Europa.
Os efeitos da lei anti-tabágica, além de já terem causado náuseas em alguns colunistas portugueses mais conhecidos, são ainda de contornos vagos. O Inimigo Público anteviu um cerceamento das possibilidades de relacionamento amoroso, por causa dos obstáculos colocados, em contexto boémio, à famosa interrogação propiciadora de novas relações - «Tens lume?». Já me garantiram que o sucedido na Irlanda, há dez anos, quando os fumadores foram escorraçados dos pubs, foi precisamente o contrário. Em contexto de exílio forçado para ambiente agreste, os fumadores descobrem, em ambiente pacífico, a solidariedade das trincheiras. Em vez da guerra, são induzidos ao amor. Ou seja, a lei anti-tabágica favorece solteiros e casais de fumadores. Como nunca fumei e sou casado com uma fumadora, acabarei por ser prejudicado: se estiver num café e a minha mulher sair para fumar lá fora, ou acompanho-a e faço figura de marido possessivo, ou fico sozinho no quente a gozar uma melancolia clean. O melhor será mesmo só frequentar restaurantes e cafés para fumadores.Etiquetas: anti-tabagismo
Barack Obama foi criado na Indonésia e no Havai. Que nunca se acantonou na barricada política afro-americana, mesmo tendo e conta que (ele sim, literalmente) é africano e americano. Que, não por acaso, em 2000 perdeu a dança da cadeira de Chicago para um ex-Pantera Negra. Obama é, hematologicamente falando, tão do Kansas quanto do Quénia, tão "canditado negro" quanto "candidato branco". Não se poderia então, pelo menos nos nossos media tradicionais, ultrapassar a análise metapropagandística da melanina, ou a das vantagens e desvantagens de se ser "mulher", "veterano de guerra" e "pastor"? Eu, que sei muito pouco disto, gostava de aprender qualquer coisinha para lá dos estereótipos na cabeça do eleitor-médio-norte-americano. Se souberem de algum meio português que faça boa divulgação jornalística sobre as eleições americanas, avisem.
A pretexto de vos desejar bom ano - feliz 2008 a todos! - aqui deixo três desejos bem prosaicos que gostaria de ver realizados por todos nós no far west , digo, na west coast da Europa. Não sei se lá chegaremos por artes mágicas, iniciativa privada, acção política ou pressão social, mas gostaria mesmo muito que: