Os efeitos da lei anti-tabágica, além de já terem causado náuseas em alguns colunistas portugueses mais conhecidos, são ainda de contornos vagos. O
Inimigo Público anteviu um cerceamento das possibilidades de relacionamento amoroso, por causa dos obstáculos colocados, em contexto boémio, à famosa interrogação propiciadora de novas relações - «Tens lume?». Já me garantiram que o sucedido na Irlanda, há dez anos, quando os fumadores foram escorraçados dos
pubs, foi precisamente o contrário. Em contexto de exílio forçado para ambiente agreste, os fumadores descobrem, em ambiente pacífico, a solidariedade das trincheiras. Em vez da guerra, são induzidos ao amor. Ou seja, a lei anti-tabágica favorece solteiros e casais de fumadores. Como nunca fumei e sou casado com uma fumadora, acabarei por ser prejudicado: se estiver num café e a minha mulher sair para fumar lá fora, ou acompanho-a e faço figura de marido possessivo, ou fico sozinho no quente a gozar uma melancolia
clean. O melhor será mesmo só frequentar restaurantes e cafés para fumadores.
1 Comments:
A essa prática social, se assim lhe quisermos chamar, irlandeses, escoceses e americanos deram o nome de "smirting" - ou seja, smoking + flirting.
Sobre o tema, recomendo o seguinte artigo: http://www.timesonline.co.uk/tol/newspapers/sunday_times/scotland/article734479.ece
Cumprimentos!
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