Almanaque do Povo
criado à 110 anos e extinto há 40. Encontrado aqui.]
As versões belga e francesa do Lusojornal, semanário gratuito dirigido às comunidades portuguesas radicadas nesses países, dão aos que de nós vivem deste lado da fronteira informação nem sempre óbvia sobre os acontecimentos e preocupações por lá vividas.
Tem decorrido de forma bastante animada a Consulta aos Cidadãos Europeus, projecto levado a cabo por um consórcio de cerca de quarenta instituições europeias independentes. O objectivo é conhecer e debater, neste momento pré-eleitoral, as principais aspirações e opiniões dos cidadãos de todos os estados-membros da União Europeia. O parceiro operativo português é o Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais, e aqui o nosso Bruno Cardoso Reis responsável pela dita. Debates on-line, conferências em cada país, elaboração de recomendações, votações das mesmas, e uma cimeira final em Bruxelas em conjunto com os decisores políticos. É consultar o site e deixar sugestões, propostas, opiniões.
Está em linha o agregador noticioso e bloguísitico PNETMoçambique, coordenado por José Pimentel Teixeira; pelo que tenho podido constatar, é uma ferramenta bastante útil a quem gosta de saber novidades daquelas bandas do Índico.
Após os recentes acontecimentos na Guiné-Bissau, ocorre-me que se cumpre uma década sobre a morte de Settimio Arturo Ferazzetta (1924-1999). Nascido a alguns quilómetros de Verona, este missionário franciscano aportou à costa ocidental de África em 1955, para prestar assistência pastoral e cuidados de saúde junto da população leprosa de Cumura. Trabalhou em território guineense até ao final da vida, e foi bispo da primeira diocese erigida naquele país. Não sei quantos recordarão as reportagens de Carlos Narciso para a SIC durante o conflito de 1998-1999 (as suas reflexões sobre o período foram mais tarde postadas no Escrita em Dia, como inventaria o site de Fernando Casimiro) , ou os artigos de Pedro Rosa Mendes para o Público; neles se falava também daquele que foi um dos mediadores apostados na solução pacífica para a guerra então em curso. Na hora do seu falecimento, o cessar-fogo entretanto acordado era ainda instável, pelo que houve que esperar longas semanas até poderem ser levadas a bom termo as suas exéquias. O compasso de espera por uma verdadeira estabilidade do Estado guineense está também por terminar, tantos anos depois. Mas D. Settimio é lembrado por animistas, muçulmanos, cristãos e não-crentes como um dos homens que se mantiveram firmes e solícitos ao seu serviço, durante mais de quarenta anos.