segunda-feira, março 30, 2009

Almanaque do Povo

[Reprodução de frontispício do Almanaque Bertrand,
criado à 110 anos e extinto há 40. Encontrado aqui.]

Cá Dentro, Lá Fora:

As versões belga e francesa do Lusojornal, semanário gratuito dirigido às comunidades portuguesas radicadas nesses países, dão aos que de nós vivem deste lado da fronteira informação nem sempre óbvia sobre os acontecimentos e preocupações por lá vividas.

Tem decorrido de forma bastante animada a Consulta aos Cidadãos Europeus, projecto levado a cabo por um consórcio de cerca de quarenta instituições europeias independentes. O objectivo é conhecer e debater, neste momento pré-eleitoral, as principais aspirações e opiniões dos cidadãos de todos os estados-membros da União Europeia. O parceiro operativo português é o Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais, e aqui o nosso Bruno Cardoso Reis responsável pela dita. Debates on-line, conferências em cada país, elaboração de recomendações, votações das mesmas, e uma cimeira final em Bruxelas em conjunto com os decisores políticos. É consultar o site e deixar sugestões, propostas, opiniões.

Está em linha o agregador noticioso e bloguísitico PNETMoçambique, coordenado por José Pimentel Teixeira; pelo que tenho podido constatar, é uma ferramenta bastante útil a quem gosta de saber novidades daquelas bandas do Índico.

Após os recentes acontecimentos na Guiné-Bissau, ocorre-me que se cumpre uma década sobre a morte de Settimio Arturo Ferazzetta (1924-1999). Nascido a alguns quilómetros de Verona, este missionário franciscano aportou à costa ocidental de África em 1955, para prestar assistência pastoral e cuidados de saúde junto da população leprosa de Cumura. Trabalhou em território guineense até ao final da vida, e foi bispo da primeira diocese erigida naquele país. Não sei quantos recordarão as reportagens de Carlos Narciso para a SIC durante o conflito de 1998-1999 (as suas reflexões sobre o período foram mais tarde postadas no Escrita em Dia, como inventaria o site de Fernando Casimiro) , ou os artigos de Pedro Rosa Mendes para o Público; neles se falava também daquele que foi um dos mediadores apostados na solução pacífica para a guerra então em curso. Na hora do seu falecimento, o cessar-fogo entretanto acordado era ainda instável, pelo que houve que esperar longas semanas até poderem ser levadas a bom termo as suas exéquias. O compasso de espera por uma verdadeira estabilidade do Estado guineense está também por terminar, tantos anos depois. Mas D. Settimio é lembrado por animistas, muçulmanos, cristãos e não-crentes como um dos homens que se mantiveram firmes e solícitos ao seu serviço, durante mais de quarenta anos.

2 Comments:

Blogger CN disse...

Era de facto um ser humano muito especial. Julgo que a Guiné nada faz para honrar a sua memória.

10:07 da tarde  
Blogger Didinho disse...

O site www.didinho.org não inventou nada sobre os trabalhos do Carlos Narciso!

O que foi reproduzido no site www.didinho.org a propósito dos trabalhos do Carlos Narciso, foi autorizado pelo próprio Carlos Narciso!

Quando se desconhee algo, o melhor a fazer, antes de "inventar" é falar com quem de direito sobre o que pretendemos abordar.

Haja respeito!

Fernando Casimro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

12:48 da tarde  

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