segunda-feira, março 02, 2009

Nino Morto?

A ser verdade é uma grande ironia histórica e mais uma machadada no mitos dos grandes libertadores africanos. Um dos principais líderes militares da guerrilha guineense contra o poder colonial português acaba morto pelos seus. Mais uma prova do falhanço de muitas das elites independentistas - mas há excepções, veja-se o caso vizinho e tão próximo de Cabo Verde - para construir sequer um Estado funcional quanto mais um Estado democrático liberal.
Altura de reler duas biografias do homem que poderia (talvez - ou será isso outro mito) fazer alguma diferença, também ele, no entanto, morto pelos seus (eventualmente com algum incentivo da PIDE): Amílcar Cabral. Eis o livro clássico de Patrick Chabal e uma nova abordagem recente de António Tomás.

Mais preocupados com períodos mais recentes, e talvez mais estranhos aos leitores portugueses, há papers recentes do International Crisis Group sobre a Guiné como uma Estado falhado - um conceito com algumas falhas, mas que infelizmente não emerge por acaso. E duas obras, uma editada por Chabal: A History of Postcolonial Lusophone Africa; e a outra em co-autoria com J-P. Daloz, Africa Works: disorder as political instrument. Para quem queira estados da questão mais breves sobre a Guiné, em português, este ainda se vai mantendo actual.
Infelizmente, morto ou vivo, Nino está longe de ser o único problema da Guiné. E se se seguir o caos, como na Somália, pós-Siad Barre, então a emenda será definitivamente pior do que o soneto.

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1 Comments:

Blogger CS disse...

Assim parece. E África que merecia toda a nossa atenção está mais uma vez esquecida. Mesmo por este amigo:http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/os-40-dias-da-administracao-obama.html
O que é um desastre para a humanidade.

10:26 da manhã  

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