terça-feira, junho 30, 2009

Silly season (II)

Aqui, deveria ser sad season, sem necessidade de trocadilho com as SAD's. Ao menos serve de anúncio do que aí vem e serve de fecho apropriado a uma época que praticamente começou com uma invasão de campo e agressão a um fiscal de linha por um «diabo» que ficou impune. Há o direito de receber bilhetes, mas a responsabilidade pela sua distribuição é nula. A PSP enviou mais agentes, mas detiveram durante duas horas quem apedrejou e atirou very lights sem efectuarem nenhuma prisão. O SCP preocupa-se com o «precedente». Mas, como os episódios demonstram, o descaramento daquele suplente dispensado do AC Milan tem tanta razão de ser que nem vale a pena falar de precedente: ontem na Luz, agora em Alcochete e talvez em breve no Jamor, «campo neutro». Onde já mataram com very light e nada aconteceu.

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sexta-feira, junho 26, 2009

Ao que parece...

...esta será a última Sexta em que o «y» não é compensado pelo Inimigo Público. Mas demorou até perceberem que nenhum suplemento de humor podia competir com Helena Matos.

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quarta-feira, junho 17, 2009

Um político modesto


Parece que voltámos ao tempo de Salazar. Portugal precisa de um político modesto. Modéstia em política, a mim, parece-me tão necessário e tão provável como a virgindade na prostituição.

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segunda-feira, junho 15, 2009

O PS na hora decisiva

Nisso creio que todos estão de acordo - vive-se uma hora decisiva para o PS.

O PS tem de fazer mea culpa e virar à esquerda? Muitos parecem acreditar na bondade dessa tese. Mas virar a qual esquerda? Virar para a extrema esquerda? Só se se quiser trair em princípio e suicidar-se politicamente, seguindo a via do PS francês de que se balcanizou irremediavelmente nos últimos anos. Se o fizer, o PS perderá os que apoiam as reformas, sem ganhar os que se lhe opõem.

Sócrates poderá mostrar humildade? Pode. Simplesmente afirmando que se submeterá à decisão popular. Coerência não é necessariamente arrogância ou cegueira, pode ser simplesmente sincera crença que se está a fazer o melhor para o país.

Quem perde em nome de princípios, nunca perde completamente. Quem se perde em taticismos perde muitas vezes duplamente. Finta tanto que se finta a si mesmo.

Sócrates poderá e deverá perguntar: qual é a alternativa de governo numa altura em que para manter o rating da dívida externa e captar investimento estrangeiro é essencial garantir governabilidade e previsibilidade? PSD e o CDS não parecem chegar para formar governo. E alguém acredita seriamente no Bloco ou PCP actuais (que pedem a nacionalização dos sectores essenciais da economia e a saída da NATO) como partidos de governo? Nada tenho contra um bloco central... reformista, mas temo bem um bloco total imobilista do PCP ao CDS.

A crise exige decisões difíceis. Mas sobretudo exige uma visão de futuro, nem que seja um Hollywood no Algarve e um Sillicon Valley em Paredes de Coura. Outros gozarão, o PS deverá tentar fazer mais e melhor se quiser ter hipóteses de continuar a governar. Um porto ibérico em Sines, comboios do século XXI para o século XXI e um novo aeroporto para novos turistas e novos clientes para a TAP. Uma aposta em mais investigação aplicada e melhor design e marketing, com parcerias público-privadas se necessário.

A questão não deve ser fazer contas impossíveis sobre rendibilidade futura de grandes projectos, mas fazer tudo para cumprir orçamentos e fazer render ao máximo o que se fizer.

Os riscos são grandes para o PS e para Sócrates, mas numa nota mais optimista para os socialistas parece que a Internacional Socialista ainda não está a pensar expulsar o PS e convidar o Bloco (nem mesmo o CSD/PP de Nuno Melo). E ninguém se tem lembrado de acusar o PS de não cumprir o seu programa eleitoral. Afinal, será que cumpre até demais?

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sexta-feira, junho 12, 2009

Silly season (I)

Para todos os fanáticos da autoregulação do mercado, as novas aventuras (para breve, desventuras) dos dirigentes do Real Madrid devem ser deprimentes. Tal como aconteceu até há apenas 3 anos, contratações a custos obscenos, sem qualquer atenção ao equilíbrio desportivo da equipa, repetindo e agravando a falta de visão que arruinou financeira, desportiva e publicamente o Real. Resta saber se jogadores como Ronaldo e Kaká se safam melhor (desportivamente) que Figo e Beckham.
Noutra perspectiva, talvez tenham acertado aqueles que, muito lusitanamente, gostam de depreciar o produto nacional. Ronaldo não deve ser tão bom como Messi, Arshavin (lembram-se?) ou outros ainda. Afinal, vale apenas os 18 milhões de contos que vale um suplente do Benfica e da selecção de Angola.

Seria de esperar que os dirigentes do SCP não festejassem a esmola que lhes vai sobrar disto, mas é provavelmente esperar demasiado...

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terça-feira, junho 09, 2009

«Também Carlos Leone, do clube socialista de reflexão política A Linha»

Agradeço o aviso mas recuso-me a linkar o artigo do Público onde hoje me citam nestes termos. C'os diabos, anda um tipo anos a fio a verberar aquele pasquim abjecto e depois isto. Ainda por cima, uma banalidade que repito há anos, convenientemente citada para parecer que foi escrita agora. Medeiros Ferreira não estava disponível? Até descobriu no CM que o PS não ganhou Lisboa há dois anos...
Já não se pode ler a Machina Speculatrix em sossego, é o que é.

Havendo citações mais interessantes para fazer (o baú do Léxico Familiar, por exemplo), presumo que Leonete Botelho se tenha lembrado de mim pelo título e início do artigo que escreveu. Tal como o resto, tudo muito previsível. Mas como opositor interno o que eu escrevo não faz grande sentido...

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terça-feira, junho 02, 2009

A propósito do rumor público

É uma pena constatar que as observações feitas aqui o ano passado sobre a despolitização da vida pública e a disseminação de um modo distópico de relação com a coisa pública se confirmam e, na realidade, ultrapassam o antecipado.
Enquanto a comunicação social sistematicamente subtrai informação sobre os esquemas (não «negócios», isso seria sério) e sobre as associações sistemáticas das mesmas pessoas em bancos, partidos, órgãos de soberania, que cada vez mais nitidamente são a «obra» da Direita portuguesa nas duas últimas décadas, a Esquerda perde tempo (e desperdiça recursos) com desafios a que os «responsáveis» se expliquem, como se o essencial não fosse fazer o eleitorado conhecer os factos já públicos: decisões, financiamentos, campanhas, etc., tudo está documentado. Basta fazer saber e deixar os portugueses julgar.
Utópico? Político.

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