quarta-feira, janeiro 18, 2006
Se há coisa que eu não compreendo no nosso panorama publicitário nos últimos meses – e já lá vão bastantes – são os anúncios idiotas do Euromilhões. Quem quer que seja responsável pela publicitação daquele concurso lembrou-se de comprar uma campanha que se limita a associar a uma catadupa de imbecilidades o gozo dos largos milhões de euros que são semanalmente distribuídos entre alguns dos seus muitos apostadores. Quem quer que seja bafejado pela sorte, e em especial com um jackpot, só poderá usufruir da fortuna com idiotices: aviões estacionados na garagem ao lado da casa, comprar pedaços mais ou menos aprazíveis do nosso território nacional e, ultimamente, ir assistir e participar no Lisboa-Dackar a bordo de uma limousine que pelo meio se avaria mas que é, imediatamente, substituída por outra do mesmo calibre. Não sei se esta campanha tem apenas por objectivo aumentar o número de apostas e de apostadores enfatizando a idiotice. Não sei, sequer, se tem bons ou maus resultados para a evolução das receitas do concurso. E se é de um péssimo gosto por todas as razões e mais uma, é-o sobretudo por desaproveitar uma oportunidade única para através de um concurso popular que já fez alguns grandes milionários em Portugal, demonstrar o papel social útil e responsável que um cidadão, que se vê de repente afogado em euros, pode e deve desempenhar. Ou, pelo menos, que os promotores do concurso achem que deve ser desempenhado.
1 Comments:
É uma questão de sentido de humor
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