Talento sem filme
Pior que as incongruências do guião é a deriva estilística do realizador. Coppola imita Coppola, imita o Carol Reed de O Terceiro Homem (nas cenas nocturnas de Genebra), parece que imita Oliveira. O espantoso é que fiquei com a impressão de que alguns diálogos palavrosos das personagens seriam mais toleráveis numa película do quase centenário realizador português. Em Youth without youth aparecem todos os géneros: ficção científica, fantástico, melodrama, histórico. Só não aparece a inspiração do realizador que nos deu grandes filmes como todos os Padrinhos, o Apocalipse Now, e pequenas obras-primas como Do Fundo do Coração e Rumble Fish. De todos os seus filmes anteriores, Drácula é o mais parecido com este, sendo muito mais eficaz. O filme adapta uma história de Mircea Eliade, de quem li, desde a minha adolescência, várias obras como O Mito do Eterno Retorno. Sempre tive curiosidade em ler as incursões do orientalista na ficção, curiosidade que Coppola conseguiu extinguir. Um filme a perder.
Etiquetas: filmes, Francis Ford Coppola, Micea Eliade, Youth without youth
4 Comments:
Rumble Fish é realmente muito bom, quanto a mim ao nível dos Padrinhos.
Ó. Eu que sou uma totó pró-Coppola (não vi o "Capitain EO", e do que vi gostei de tudo menos do "Jack", mas ninguém gostou do "Jack", caneco) lamento...
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o «Rumble Fish» é dos meus preferidos. E há outros filmes que ficaram aquém dos objectivos de Coppola, mas não são nada de desprezar - o «Cotton Club», por exemplo.
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