Palavras Escolhidas
Alquebrado diz tudo o que há a dizer.
Alecrim soa a cheirosa alegria campestre.
Careta dizem que é feio, mas eu gosto, quebra a monotonia. Tem um certo toque mágico.
Derrame, chato, muito chato, mas pelo menos que se possa usar um palavra tão jeitosa. (E estou a falar de derrame de líquidos em geral, o cerebral fica para outras letras).
Desconseguir, parece que veio de Luanda, e ainda não consta dos dicionários, mas dá imenso jeito num país onde não só não se faz, como não se faz tão trabalhosamente.
Entrudo, carnaval e tudo isso, mas mais negro, mais remoto.
Ermamento remete para um debate que marca o nascimento da moderna história portuguesa.
Pândega, uma favorita familiar, com um certo gosto de divertimento docemente antiquado.
Paspalho, muito prática.
Solarengo, gosto da palavra e do que ela diz.
Zarolho é dramática como facto e como palavra e, no entanto, estranhamente algo divertida. Talvez porque me lembra de piratas e das suas aventuras - uma grave falsificação histórica, claro, mas sem a qual a minha infanto-juventude teria sido mais chata.
Enfim, passo a bola linguística ao Carlos e ao David, para qualquer dia.
4 Comments:
obrigado, mas acho que vou passar...
Gostei de ler, Bruno; também gosto muito de paspalho (uso mais 'paspalhão', na verdade) e de entrudo :) Nota lateral: uma das coisas que mais me irrita na idade adulta é o facto de pouca gente nos chamar a atenção para os nossos enganos. Ocorre-me isto porque tens aqui como favorita uma das palavras que mais vezes utilizei erradamente - solarengo. Só me chamaram a atenção para isso há pouco tempo,( curiosamente numa caixa de comentários de um blogue)pois usava solarengo quando queria dizer soalheiro.
Também gosto de soalheiro. Solarengo é suposto não ser sinónimo do anterior?
Em breve, agarrarei o desafio...
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