Cinco anos depois da invasão do Iraque, José Pacheco Pereira gasta tinta e papel de jornais a defender o seu apoio a uma guerra legitimada por embustes. A esta distância a sua atitude é menos explicada por razões e argumentos do que por uma atitude que os esquerdistas dos anos 60 e 70 definiam na frase «Antes estar errado com Sartre do que ter razão com Aron». A variante que explica Pacheco Pereira seria qualquer coisa do género: «Antes estar errado com o Presidente dos Estados Unidos do que ter razão com comunistas e esquerdistas». É o narcisismo e o instinto de trincheira a prevalecer sobre a lucidez. A esta crítica pode objectar-se que as nossas escolhas nunca são inteiramente racionais. Que escolhemos sempre com quem estamos antes de escolhermos por que é que estamos. Mas nem todas as tomadas de posição são consequência da pertença a um determinado grupo. Há grupos que são formados pela soma de diversas tomadas de posição; há grupos que se definem mais por uma atitude do que por uma ideologia. Eu prefiro outra variante daquela máxima antiga: «Antes estar certo com um dissidente, no caso da guerra do Iraque um dissidente conservador, do que estar errado com um grupo de fanáticos.»
Etiquetas: Guerra no Iraque, José Pacheco Pereira
2 Comments:
Eu queria era o PP a questionar o amigo Coelhone na quadratura do círculo sobre o novo tacho na Mota-Engil. É só amigos!
Eu queria ver o sorriso (amarelo?) do Jorge Coelho a ouvir as questões e compará-lo com o sorriso que fez quando PP falou do «gang do multibanco» no PSD.
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