segunda-feira, outubro 16, 2006
A propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado no passado 10 de Outubro, ouça-se a entrevista (disponível em podcast no site da Rádio Renasncença) concedida por José Miguel Caldas de Almeida, coordenador da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental. O quadro está, por ora, ainda longe de ser bom. Há a lei, recente (1998) e de bom desenho, mas a qual não se encontra verdadeiramente implementada; há a transição de um antigo sistema de apartamento entre unidades de tratamento de saúde mental e as mais unidades de saúde para a sua integração no sistema nacional, cujo processo está longe de terminado; há a distância a que os núcleos de saúde que prestam esse tipo de serviços especializados ficam da morada dos seus utentes, espalhados por todo o país. O panorama preocupa bastante, sobretudo porque, segundo Caldas de Almeida, são manifestamente insuficientes os dados epidemiológicos recolhidos até à data, relativos à população portuguesa. Para mais, diz, há o estigma social:" Estes problemas, faz-se sempre de conta que não existem." Pois é. Enquanto predominar a ideia de que uma perna partida é um problema de saúde objectivo, e que é óbvia a necessidade de tratamento médico, mas que a depressão, a bulimia ou a esquizofrenia são outra coisa, estaremos - literal e colectivamente - mal. Eu era dos que faziam de conta que não existem, estes problemas. Mudei de ideias.
[Foto: Wikimedia Commons]
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home