Uma Enorme Dor de Corno!
Também gostei da diatribe contra o corporativismo que Cavaco aparentemente protege mas Sócrates não. Só não me consigo lembrar é de um único momento da sua larga biografia política em que Soares tenha sido anti-corporações. Não só nunca as combateu como sempre lhes deu guarida (Cavaco Silva primeiro-ministro que o diga). Aliás, nunca poderia ter sido de outro modo. Soares é seguramente o português que sempre mais privilegiou a negociata e a conspirata como instrumento de acção política. Negociar é preciso sempre foi uma das máximas de Soares: com Salazar ou com Marcello Caetano, com os comunistas, com Cavaco Silva, com a esquerda, com Paulo Portas, com a direita – pois claro –, com radicais islâmicos, com a ETA. Negociar, negociar. Para Soares ser político sempre foi ser um grande negociante. Quem negoceia dificilmente combate o “corporativismo”. Excepto, claro, se as corporações forem tontas. Mas nesse caso ou nunca o foram ou já deixaram de o ser há algum tempo.
6 Comments:
Atenção, Soares não falou em corporativismos mas sim em corporatismos.
Entendo os termos como sinónimos. E é bem possível que Soares tenha pronunciado mal a palavra.
"Vou até à Galiza"
Não fará cá falta.
Luís Lavoura
O sr. Luís Lavoura, salazaristicamente, quer exilar-me. Não lhe darei esse prazer.
O post é bastante injusto com Soares e com o que ele disse. E dor de corno é coisa que ele não tem muito.
Além disso, o que o troca-tintas do Soares tinha garantido que acontecia era que ao fim de seis meses em Belém o Cavaco andava às turras com o governo, a querer ele próprio governar e a implantar o seu projecto de poder.
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