Luís, lamento a espera, sobretudo porque a resposta, tão longa em vir, vai ser breve. (Quem quiser uma versão um pouco mais completa pode ler o próximo número da
Atlântico. Não sigo os neo-liberais, mas aprendo qualquer coisa!) Tenho estado demasiado ocupado com as minhas obrigações académicas para poder tratar da salvação da pátria com o mínimo de concentração.
E é da salvação da pátria que se trata!
Espanta-me que o neo-liberalismo seja tão devotado ao capital privado: as empresas, e só as empresas, contra tudo e contra todos, é que criam riqueza e bem-estar. Mas se forem à falência, não interessa nada! Só os donos é que perdem, é um problema (privado) deles! Eu sou coerente: nem culto, nem demonização. O país precisa de empresas. Mas das boas, se faz favor.
Dizer, por exemplo, que há demasiadas empresas em Portugal que não planeiam, que não têm visão estratégica, que não apostam no marketing, no design, na tecnologia aplicada, que não conseguem vender no nosso mercado natural que é a Espanha; tudo isto me parecem críticas - talvez discutíveis - mas legítimas.
O que é os empresários são mais do que os médicos, os farmacêuticos, os sindicalistas, os juízes, os professores? Todos têm óptimos argumentos para estarem acima da crítica. (Nomeadamente o clássico e sempre tão sofisticado: venham cá vocês fazer!) O facto de as empresas serem privadas - embora, por vezes, ávidas consumidoras de dinheiros públicos - não as isenta de crítica. Numa sociedade livre e que queira progredir não há vacas sagradas! (Com o todo o respeito que me merecem as ditas e respectivos companheiros, claro, descansem amigos dos animais! É só uma métafora!)
1 Comments:
E eu que pensava que nos ias falar das necessárias reformas do sector privado! Afinal, não, apenas te repetes. Não creio que tenhas respondido nada ao que eu te tinha objectado. A única coisa nova que dizes é que os empresários não são melhores que outros profissionais que elencas (alguns dos quais, aliás, existem no sector privado e podem, nalguns casos, ser empresários). Não é a mim que respondes com essa observação. Quanto à diferença entre os empresários e os outros, há uma que te escapa (independentemente dos méritos pessoais, que são sempre coisa relativa): que, com capital seu (ao contrário dos meros gestores), dão trabalho a outros sem que nada os obrigasse a não consumirem egoisticamente o que lhes pertence. Coisa pouca, caro Bruno, coisa pouca.
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