sábado, junho 10, 2006

Já que falamos em perdas de clientes e em bancos


Apesar dos pesares, ainda ia encontrando motivos para ler o Expresso. Hoje, 10 de Junho, dia de celebração do país e homenagem aos que se lhe dedicaram, tornou-se dia para pensar seriamente em deixar-me disso, por força de um de tafetá de 1,00m x 1,50m. Enquanto a demais imprensa tem optado, despretensiosamente, por oferecer brindes alusivos à ida da nossa selecção ao Mundial (como a camisola da Visão, o cachecol do DN ou a fita do JN), o semanário de referência, piscando um olho ao dia de hoje e outro ao de amanhã, decidiu ofertar com a sua edição uma reprodução da bandeira nacional. Aos senhores responsáveis pelo facto não deveria ser preciso dizê-lo, mas pelos visto é: a bandeira do nosso país, aos olhos de qualquer cidadão consciente e digno, não é um simples bocado pano, é uma das traduções simbólicas da nação, e como tal deve ser tratada. Viveu e morreu gente por ela. Fabricá-la e distribuí-la como um panfleto publicitário, no qual se pespegam (canto inferior direito, 45cm x 30cm) as cores e logótipos dos patrocinadores da infeliz ideia - Expresso e Banco Espírito Santo - é um evidente desrespeito. Haver gente que não perceba nada e nada e faça da bandeira badana, saia ou protector dos estofos do carro, não espanta. Mas que instituições credíveis façam da bandeira um item de merchandising, isso não só surpreende como ofende.