domingo, junho 11, 2006

O Mundo dos Bancos e das Bandeiras


Eu estou menos. Quando me mudei para Inglaterra, mudei de banco: para o HSBC, the world's local bank, dizem eles. A publicidade era boa. (Como quem passa por Heathrow sabe). Aliás ainda é. Infelizmente os resultados práticos não foram igualmente brilhantes. A par da chuva-ou-sol, os problemas-com-bancos são dos temas mais comuns de conversa de circunstância por estas bandas.
Ainda na passada sexta-feira, em alegre convívio jantante e animada cavaqueira (salvo seja), quer eu, quer um ilustre quadro português do HSBC, nos vimos privados do nosso direito humano fundamental de usar o cartão de crédito ou de débito (do HSBC) quando bem nos apetecer. Resultado? Ele pediu dinheiro emprestado aos amigos. Eu? Paguei com o meu cartão da Caixa Geral de Depósitos (esse instituição tão nossa, e quase tão antiga como a bandeira verde-e-vermelha).

Moral da história: como os bancos são todos maus - e pior serão à medida que a banca vulgar, a banca de retalho portuguesa, se aproximar da média europeia ou americana - o melhor é ter vários, para ver se uns cancelam as asneiras dos outros. Ou isso, ou enriquecer e passar para o private banking.

Cláudia, é charmant o teu apego à bandeira pátria, com os seus ilustres (quase) noventa aninhos. Mas também nisso a banca portuguesa acerta o passo. É a globalização que fala mais alto. Naqueles paradoxos de que o mundo real está felizmente cheio, nos países mais globalizados, nos States, mas até aqui, na supostamente fleugmática Inglaterra, a bandeira nacional é cada vez mais o trapo mais vendido. (Parafraseando esse grande símbolo nacional, Fernando Pessoa, que apelidava a nossa verde-e-vermelha de 'trapo miserável'.)
Como dizia uma pequenita de quatro ou cinco anos do alto do seu bom-senso educado pela publicidade: Não é a bandeira de Inglaterra! Não é a bandeira de São Jorge! É a bandeira do David Beckham!!! Toda a gente no jardim escola sabe disso!
Temo bem, meus amigos, que nos tenhamos de reconciliar com a nova realidade, bebendo patrioticamente uma Sagres™: a cerveja da nossa selecção!