Carrilho escreveu um livro…
Ricardo Costa foi algumas vezes infantil, Carrilho naturalmente arrogante e mal educado, embora a imagem final que fica é a de um homem a cavalo entre o cinismo e a ingenuidade. Rangel foi pouco mais do que uma cabeça de vento incapaz de desenvolver um argumento ou de apresentar uma ideia para além da sua ingente preocupação com o estado a que terá chegado o jornalismo português – presumindo que alguma vez foi globalmente bom e sério e que Rangel não tem quaisquer responsabilidades no estado em que a actividade jornalística se encontra. Pacheco Pereira foi paciente e marcou pontos, sendo que numa perspectiva político-mediática saiu vencedor do debate. Fraco esteve o representante da agência de comunicação acusada por Carrilho das piores maldades. Sobre a moderadora nem vale a pena falar, excepto para dizer que talvez valesse a pena ter no palco alguém capaz de perceber, literalmente, aquilo que vai sendo dito pelos debatentes. Uma coisa faltou – presumindo que não foi dito nos minutos finais do debate a que já não pude assistir. Refiro-me a uma menção explícita ao papel que Bárbara Guimarães teve na campanha e, eventualmente, na derrota de Manuel Maria Carrilho. Parece-me evidente que Bárbara Guimarães entrou no combate político com o intuito claro de dar um contributo decisivo para a vitória do marido, nomeadamente porque se pensou que ela seria capaz de chegar a um eleitorado quase inacessível ao seu marido mas do qual necessitava para vencer e, até, para ter uma maioria absoluta. Esta estratégia não apenas falhou como engrossou a antipatia de jornalistas, comentadores e eleitorado em relação ao candidato do PS, parecendo às vezes que se fosse Bárbara e não Maria Carrilho a concorrer os socialistas poderiam ter tido um resultado mais honroso. Os lisboetas que faziam falta à vitória de Carrilho e que deveriam ser seduzidos pelo talento natural de Bárbara não foram na conversa. Resultado: ganhou Carmona e Carrilho escreveu um livro.
5 Comments:
Vi 5 minutos do "debate" e fiquei engoada de Carrilho e Ricardo Costa. Ba análise! Carrilho pode ter razao em muita coisa mas a forma como se apresenta como vitima - é politiquice baixa!
*Boa
Ganhou Carmona, é certo. Mas perdeu a cidade, como podemos constatar pelo tratamento que esta vereação, tal como a anterior, lhe vai dando. Creio que Carrilho teria sido um bom presidente, que olharia a cidade noutras direcções, certamente com maior exigência e criatividade.
Se estaria melhor com Carrilho nunca saberemos. A não ser através de um exercício de história virtual (ou contrafactual). De qualquer modo, não é isso que me interessa. O que me interessa é o facto de Carmona ter tido um comportamento na campanha que agradou mais, ou desagradou menos, aos eleitores do que o demonstrado por Carrilho.
O que era bom explicar é para que é que servem os cerca de 40 assessores que a vereadora Gabriela Seara já contratou, para os seus pelouros da CML. Não foi de certeza para lhe fazerem uma plástica... Ainda nao notei diferença...
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