terça-feira, fevereiro 14, 2006

O magnífico ministro


Foi em vão que Vasco Pulido Valente, num post com o sugestivo título de «O Diogo do costume», chamou a Freitas do Amaral «menino exemplar do salazarismo e o discípulo dilecto de Marcelo». Em declarações à RTP, o professor mostra o nível a que chegou: «Quem têm sido os maiores agressores nos últimos tempos ? Somos nós !». Convém explicar que Freitas se refere à relação entre o Ocidente e o Médio Oriente. Grandes agressões nos últimos tempos ? Lembro-me de três: o 11 de Setembro, os atentados de Madrid e os de Londres. Excepto, claro, as que resultam da intervenção norte-americana no Iraque. O que é que o Ministro dos Negócios Estrangeiros quis dizer: que os citados atentados eram «agressões pequenas» ? Que considera uma «grande agressão» a intervenção no Iraque da qual o seu Governo é solidário ? Suspeito que a resposta a estas questões pressuponha um quadro conceptual do qual Freitas do Amaral já se libertou. O antigo discípulo tornou-se num verdadeiro mestre Zen.