Resposta a Bruno Cardoso Reis
Creio que quando Loff diz que não se deve branquear se refere ao mesmo que há dois anos eu falava em termos de «rever». Claro que na História os conceitos têm de ser discutidos, a questão é se isso é feito em blogs e jornais (mesmo que em textos escritos por historiadores), coisa que habitualmente não se faz. Já a questão de o termo «fascismo» ser um insulto, deve merecer atenção, pois é um significado que não deve ser ignorado em nome de rigor, antes incluído numa análise rigorosa.
Os «activistas», quem são? António José de Brito? Loff chama-lhe fascista, quando ele é, sim, integralista. É um erro de Loff, acho, mas a nota do Bruno também não especifica.
Quanto ao resto, fundamentalmente de acordo.
Etiquetas: Loff; Fascismo; Historiografia Contemporânea
4 Comments:
António José de Brito sempre se considerou um fascista com todas as letras, à italiana, e por isso mesmo não era um admirador incondicional do Estado Novo. As ideias por que se guia também são diferentes das do Integralismo.
Mas há mais erros cometido por LOff: a ideia de que o 28 de Maio era uma Revolução Nacionalista, vanguardista, moderna e por conseguinte fascista. Mas não faltam textos, alguns oficiais, que pretendem exactamente distinguir o conceito de "revolução" neste caso, estabelecendo claramente as diferenças com as revoluções Francesa, Russa, de 1848, e outras, defendendo que o 28 de Maio servira para restaurar "os valores tradicionais portugueses". Também pelos escritos e entrevistas de Salazar se pode ver que as suas ideias tinham muito pouco a ver com a modernidade.
Quanto a Tovar, era um germanófilo deslumbrado e muito pouco rigoroso, como se pode ver por outras missivas enviadas de Berlim (ou pelo julgamento a Sousa Mendes).
Caro João Pedro,
Nao sei onde o António José de Brito se considerou fascista, mas não conheço nem metade do que ele escreveu. Daquilo que conheço, no entanto, a rejeição damodenridade é de tal modo completa que me parece bem mais próxima do integralismo e do sue modelo de antigo regime redidivo do que de um movimento de massas mdoerno como é o fascismo. Seja como for, a haver erro, será meu, não de Loff.
Sobre o resto, de acordo
Ora aboboras, Salazar era um homem virado para o passado, um integralista, discipulo dos miguelistas. Não era virado para o futuro, modernista, como se acreditavam os fascistas.
Cam
Concordo com muito do que o Bruno Cardoso Reis escreveu embora, como CLEONE, também considere que a perseguição de Salazar a fascistas não pode ser usada como argumento decisivo para rejeitar a sua caracterização como fascista. Hitler também perseguiu nazis, como lembra CLEONE, e isso não faz dele um anti-nazi.
Há mais de dez anos assisti ao lançamento de um livro de Manuel Loff apresentado por Fernando Rosas em que este não deixou de criticar Loff por «puxar as orelhas os documentos» de modo a alinhar as posições de Portugal com as da Alemanha nazi. Pelos vistos, Loff insiste na tese, mas não tem desenvolvido os seus argumentos.
O Estado Novo era apoiado por germanófilos e anglófilos, por pessoas formadas na reacção à modernidade do integralismo lusitano, mas também por engenheiros com um projecto de modernização autoritária, como Duarte Pacheco.
Ou seja, o Estado Novo era um composto ideológico em que, apesar de haver tendências apostadas numa modernização tecnológica, o elemento predominante era conservador.
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