A sovinice protege o ambiente
O súbito desaparecimento em alguma gaveta ministerial do projecto de cobrar uma taxa de cinco cêntimos pelos sacos de plástico nos supermercados resultou de uma reacção precipitada e infeliz de distribuidores e consumidores. Quer uns quer outros olharam apenas para o efeito imediato: o aumento de custos. Eu, que vivo ao pé de um Pingo Doce e de outros supermercados, sai por experiência própria que a sovinice protege ao mesmo tempo o ambiente e o bolso do consumidor. Como de vez em quando vou ao Pingo Doce onde os sacos de plástico custam dois cêntimos, habituei-me a guardar os sacos de plástico que recebo gratuitamente nos outros supermercados. Quando faço compras no Pingo Doce levo uns sacos de plástico gratuitos enroladinhos no bolso e é neles que trago as compras.Estamos habituados a aprovar ou rejeitar as estratégias do Estado, com uma psicologia que Freud nunca explicou apesar de ter aí terreno fértil para as suas análises, e ignoramos as estratégias dos consumidores e da iniciativa privada. O Estado quer cobrar uma taxa sobre os sacos de plástico? Malvado Estado que nos quer ir ao bolso. A questão é que só nos iria ao bolso se usássemos sacos de plástico. Ninguém impediria um supermercado de inventar sacos biodegradáveis e de distribuí-los gratuitamente para obter vantagens perante a concorrência. Nenhum consumidor estaria proibido de entrar num supermercado com os seus sacos de compras. Exigimos tudo do Estado, sendo que a não intervenção também é uma exigência, e não esperamos nada de nós mesmos nem da iniciativa privada.
Etiquetas: lutas ecológicas, supermercados

3 Comments:
Leitura complementar
http://caldeiradadeneutroes.blogspot.com/2007/07/anlise-da-lei-do-saco.html
http://caldeiradadeneutroes.blogspot.com/2007/07/
anlise-da-lei-do-saco.html
Claro está que cobrar portagens aos carros em Lisboa (uma medida realmente efectiva pelo ambiente) está fora de questão. Porque é que será? Populismos e eleições?
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