Don´t come knocking
Mas o tom menor de Don´t come knocking é justamente o mais adequado a contar uma história que expõe relações humanas frágeis: um sexagenário que parte à procura de um filho desconhecido e nascido de uma relação fortuita; o esboço de fraternidade entre dois estranhos; reencontros de pouca consequência. Filme de misfits, inadaptados de duas gerações, uma à beira dos trinta e outra à beira dos sessenta, que vêm uma na outra, com perturbação, um futuro imaginável ou um passado submerso. O desajustamento não vem só de percursos falhados e também de uma dificuldade de envolvimento num mundo subtilmente transformado pelas novas tecnologias e por todo o sistema mediático, de que a personagem principal, Howard Spence faz parte como estrela de westerns. A melancolia de Paris, Texas cede lugar a uma visão da distância entre as personagens e os lugares que percorrem com ecos de Antonioni e um sentido de humor com laivos de Jacques Tati.
O filme é uma estrela solitária, como o título mal achado para a versão portuguesa, e uma estrela pálida, que ainda assim merece ser vista.
Etiquetas: filmes, Sam Shepard, Wim Wenders
2 Comments:
Aqui vai uma pequena lição de finanças que o Professor Arroja também pode aproveitar (que bem precisado está):
Money as Debt
Expliquem-me o que este comentario tem a ver com o post? O tal de Prof. Arroja é o produtor de Wenders ou este diogo é simplesmente imbecil?
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