segunda-feira, dezembro 24, 2007

ASAE ou política?

A ameaça de liquidação dos pequenos partidos que não possuem um mínimo de cinco mil militantes lembra-me os critérios da ASAE: acabe-se com o que não tem o tamanho certo, o peso adequado, a imagem viçosa. Há ideologias que passaram o prazo de validade. Há produtos políticos condenados pelo mercado eleitoral. Pelo menos, o zelo dos funcionários da ASAE já os levou a criticar a própria instituição em que trabalham: acusam-na de deficiências no sistema de higiene e segurança no trabalho, além de falta de controlo médico e psicológico. Se a analogia e a lógica estiverem correctas, os membros dos maiores partidos acabarão por concluir que a política de varrer os partidos com menos de cinco mil militantes também não satisfaz a gloriosa filosofia subjacente à ASAE: perigo de intoxicação devido a espaços demasiado fechados, separação pouco higiénica entre princípios e prática política, estragos ambientais com a redução da biodiversidade, abuso da posição dominante no mercado.

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3 Comments:

Blogger Unknown disse...

Estranho, mas é a maneira portuguesa de fazer, que na altura da aprovação da Lei não se levantassem vozes contra a coisa errada que não devia ir avante e só agora se reaja ao que se ficou à espera que não fosse, apesar de ter sido já.

12:56 da tarde  
Blogger R disse...

"abuso da posição dominante no mercado."

Não diga absurdidades, faz-me lembrar a Palestina, que clama por um partido e quando o tem a liderar clama pelo outro.

11:09 da tarde  
Blogger João Miguel Almeida disse...

Também acho estranho que ninguém tenha reagido à lei de 2003, mas talvez tal facto se deva ao facto da maior parte dos partidos afectados...não se encontrarem no parlamento e portanto não se poderem pronunciar nessa sede sobre a aprovação da lei...
Tenho de facto uma certa tendência para o absurdo. Felizmente tenho leitores muito razoáveis a quem os meus posts sobre a ASAE e a legislação portuguesa sobre partidos políticos lembram a Palestina.

2:13 da manhã  

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