D. H. Lawrence
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Tudo o que realmente subsistiu foi um estoicismo obstinado, de que era possível extrair prazer. A própria experiência do vazio da vida, fase por fase, etapa por etapa, trazia uma forma tristonha de satisfação. É assim! – era sempre a última palavra: casa, amor, casamento, Michaelis: é assim! E à hora da morte as últimas palavras seriam: é assim!
E o dinheiro? Com o dinheiro não se pode dizer o mesmo, as pessoas sempre quiseram o dinheiro. O dinheiro, o êxito, a deusa-cadela – como Tommy Dukes dizia sempre parafraseando Henry James -, eram uma necessidade permanente. Não se pode gastar o último tostão e depois dizer: é assim! Não, porque é preciso dinheiro para isto ou para aquilo, mesmo que seja para mais dez minutos de vida. Num desenrolar mecânico, para tudo é preciso dinheiro. É preciso tê-lo, tem de se ter dinheiro. Nada mais interessa. É assim!»
D. H. Lawrence, O Amante de Lady Chaterley, Porto, Publicações Europa-América, 2002, pág. 72
Etiquetas: Clássicos para o povo, D. H. Lawrence, O Amante de Lady Chaterley
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