quinta-feira, março 22, 2007

'¡Vamos, é agora!'

Presumo que será por causa das raízes sociais humildes da minha família. Nunca consegui gostar de ver ou de praticar ténis (ao contrário do “ping-pong”). Coisa de ricos… embora às vezes me pareça que o é cada vez menos. Certo é que ao ler esta notícia se me abriu a alma e passei a achar que já gostava… do ténis. E porquê? Porque finalmente algo mudou. O praticante português de ténis com qualidade acima da média, tão aguardado há anos, finalmente deu de vaia. Afinal, o que me fazia detestar o ténis era o facto de, ao longo de décadas, nunca ter aparecido um jogador ou jogadora portuguesa que tivesse um grama de reconhecimento internacional como praticante com qualidade acimada da média. Era o meu patriotismo que definhava e não me deixava reconhecer a beleza da modalidade. Não eram as minhas origens sociais que bloqueavam os meus gostos, as minhas escolhas desportivas.
Num torneio profissional de ténis realizado em Miami, ao que parece coisa de muita categoria, viu-se jogar magistralmente, e ganhar uma partida, uma jovem portuguesa chamada Michelle Larcher de Brito. Quando percebeu que podia dar a volta ao jogo e ganhá-lo, depois de conquistar um empate 6-6, gritou: '¡Vamos, é agora!' Eu, que não vi ou ouvi a partida e apenas li a notícia no El Mundo, emocionei-me. As lágrimas saltaram-me e solucei descontroladamente. Finalmente ganhei forças e alguma frieza para escrever esta pequena nota. Sobre a Michelle e a qualidade do seu jogo, a forma como vai construindo uma carreira, ao mesmo tempo que se treina todos os dias afincada e profissionalmente. Tudo coisas únicas no ténis português. Mas, e sobretudo, a coisa parece séria quando a notícia é do espanhol El Mundo. Jornal que recolhe opiniões de outros e dá as suas sobre as qualidade excepcionais de uma rapariga de 14 anos que joga como se não tivesse idade e não conhecesse limites.
Faço pois votos para que Michelle tenha ao menos o dobro dos êxitos desportivos que lhe auguram e para que não lhe passe nunca pela cabeça regressar a este doce cantinho à beira-mar plantado. Presumindo que nasceu aqui ou já cá esteve.

2 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Segundo notícia do PÚBLICO, nasceu em Portugal e cá viveu até há pouco tempo.

O nome estangeiro deriva de a mãe ser sul-africana. O pai é português.

LL

6:18 da tarde  
Blogger vallera disse...

conseguimos o apuramento para o mundial!! vê lá se fazes um post sobre isso. O outro estava giro.

3:57 da manhã  

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