sábado, março 31, 2007

Ainda os “Grandes Portugueses”

No seu texto de hoje no Diário de Notícias, a certa altura António Costa Pinto escreveu: “Eu pensei que com a modernização imediatista, acompanhada de um grande déficit educacional, os que telefonaram para a RTP incluiriam neste tipo de concursos alguns futebolistas e apresentadores de televisão, mesmo sabendo que eram poucos. Erro.” Eu diria que se trata de um duplo erro de análise por parte do cronista do DN, historiador, politólogo e professor universitário. Oliveira Salazar ganhou, e sobretudo ganhou como ganhou, por ter sido também eleito na qualidade de grande vedeta mediática. Foi nisso que ele se tornou e muitos o tornaram, voluntariamente e involuntariamente, desde que, em Junho de 1926, veio pela primeira vez a Lisboa para ver se podia ficar num governo da então recém nascida Ditadura Militar. Em Salazar, além do político ou do estadista, há muito de Figo e de Cristiano Ronaldo, de Emanuel e de Tony Carreira , de Catarina Furtado ou de José Rodrigues dos Santos, de José Sócrates ou de Francisco Louçã. Os portugueses que votaram também viram em Salazar a vedeta mediática tão em voga nos nossos dias. Apesar de nenhum outro, senão o escolhido, ter escrito os mais belos discursos políticos do século XX português.

2 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

O poder em Portugal é um afrodisiaco, e ainda mais o é na forma autoritaria.

9:39 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Essa parte do comentário de ACp parece-me sem qualquer nexo.

Há no Salazar das botas, que raramente saía (nunca foi às então chamadas províncias ultramarinas, por exemplo), e pretendia um Portugal quieto e sossegado, algo de Cristiano Ronaldo (que é vedeta em Manchester), do Figo (do Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão), do Emanuel (do pimba-pimba), etc? Salazar que não gostava da TV, cujo lançamento atrasou, vedeta mediática?

Não me parece. O Salazar que ganhou o concurso (e só esse, não o Salazar que efectivamente existiu) é que poderá ser isso, mas esse Salazar é puramente imaginação.

4:16 da tarde  

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