sábado, julho 29, 2006

Almanaque do Povo

Acabar bem: via Pedro Correia, um dos Corta-Fitas, constato o expirar do prazo de validade do blogue Aos 35, de Pedro Boucherie Mendes, não sem um generoso e belo post de despedida.

Fato Consumado: Por culpa da briosa Miss Pearls e interposta responsabilidade do aprumado Lord ASS, dei por mim admirando The Sartorialist. A ideia de fotografar a moda das ruas é de antanho, mas o ângulo que Scott Schumann nos mostra não é muito habitual: a elegância não tem de ser encenada e não é propriedade exclusiva do jovem fashionista, do rico impecável ou do transeunte excêntrico, ela pode estar na velha senhora que sai do serviço religioso, no cavalheiro que compra o jornal, na rapariga que segura o primeiro café do dia. Estão lá, claro, os conhecidos que assistem a desfiles, como também estão os pintores que tratam do cenário desses mesmos desfiles. E está, perdoe-se-me a ignorância, todo um mundo de pormenor no atavio masculino que me era insuspeito.

56 Anos: No próximo mês assinalar-se-á o 55º 56º aniversário da quarta Convenção de Genebra, responsável pela revisão textos de 1864, 1906 e 1929, e pela criação um novo documento relativo à protecção das pessoas civis em tempo de guerra. Incluindo alguns protocolos aprovados posteriormente, é ainda este o corpo de disposições que orienta todo o Estado civilizado quanto à tão falada proporcionalidade da acção em circunstância de conflito armado. Quem conheça a história das convenções não pode deixar de constatar o que elas trouxeram de positivo, não apenas no plano das intenções, mas no que de efectivo têm conseguido instituições que delas decorreram, como a Cruz Vermelha; mas também não pode deixar de se inquietar com a aplicabilidade desses princípios às novas formas de conflito, que se afastam visivelmente dos conceitos clássicos de Estado vs. Estado ou de guerra civil. Escapa-se-me a razão por que se não tem discutido Genebra na lusoblogosfera.
Reprodução: BND]