sexta-feira, julho 28, 2006
Paulo Gorjão pergunta pertinentemente aos críticos de Israel que estratégia alternativa têm para responder a esta crise (e renova a questão aqui).
Mas a mesma pergunta pode ser devolvida aos "amigos (cegos) de Israel", e em várias versões: Qual a estratégia que recomendam aos palestinianos e os libaneses que discordam da imposição de fronteiras por Israel? Marchar heroicamente em campo aberto contra um dos exércitos mais bem treinados e apetrechados do mundo? E, já agora, acham que está tudo a correr bem nesta crise, ou há alguma coisa que se pode ou poderá vir a criticar na resposta de Israel?
Sobretudo, qual a solução que consideram adequada e realista para esta crise? (Sobre isso, e sobre o problema fundamental da proporcionalidade num conflito assimétrico falaremos depois.)
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4 Comments:
Caro Bruno
Não sendo um amigo cego de Israel (Deir Yassin, Sabra&Shatila e Jenin falam por si), recomendaria aos libaneses, palestinianos e árabes em geral que não raptem soldados israelitas para servirem de moeda de troca, que não se escudem atrás das suas próprias populações, que não disparem rockets sobre cidades israelitas, que não coloquem bombas em autocarros com crianças, que não façam explodir aviões civis, que voltem atrás e aceitem uma das diversas propostas razoáveis que sempre estiveram em cima da mesa, em suma, um pouco menos de xenofobia e que aceitem a existência do Estado de Israel. Com contrapartidas. Com reparações de guerra, de bens e terras expropriadas, mas que nunca obterão se persistirem na sua cegueira violenta e terrorista.
Daniel Oliveira no Expresso:
Mas o mais interessante do que vou lendo e a reescrita da história. Tudo se resume a isto: sírios e iranianos manipulam o Líbano e não deixam o pacífico Estado israelita viver na paz que sempre desejou. Que a Síria e o Irão não são flor que se cheire, só um tonto o pode negar. Que viver em Israel não há-de ser pêra doce, também entra pelos olhos dentro. Mas talvez um pouco de seriedade fosse recomendável.
A história do Líbano não começou há uns meses. Se há povo que se pode queixar de má vizinhança é o libanês. Entre 1968 e 2000, Israel atacou, destruiu e ocupou o Líbano sempre que entendeu. Na guerra civil libanesa não faltou quem fizesse o gostinho ao dedo, incluindo a sempre diligente ditadura síria. Mas ninguém chegou ao requinte macabro de Israel. Em 1982, supostamente para atingir a liderança da OLP, bombardeou Beirute durante dois meses. Saldo: 12 mil mortos libaneses. Nesse mesmo ano, milícias falangistas cristãs entraram nos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila e durante dois dias violaram e mataram tudo o que mexesse. Numa orgia de sangue, liquidaram mais de dois mil civis, quase todos mulheres e crianças. Israel, com especial empenho do ministro da Defesa de então, Ariel Sharon, deu o seu gracioso patrocínio. Iluminou os alvos e usou os seus «bulldozers» para abrir as necessárias valas comuns.
Felizmente,conto-me também entre os que reconhecem os erros de Israel;sempre disse que havia erros dos dois lados,mas,neste caso concreto junto-me à voz de Vasco Gabriel,incondicionalmente!
Para quando essas leituras terroristas?
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