terça-feira, julho 25, 2006
Com o novo desenvolvimento do chamado conflito israelo-árabe em curso (o ataque do Hezbollah ao norte de Israel), já há quem defenda o envio de uma força internacional de interposição para a fronteira israelo-libanesa. É suposto essa força ir defender Israel do Hezbollah melhor do que os Israelitas se estão a defender agora? Não creio. É suposto essa força ser aceite pelos xiitas do sul do Líbano como um elemento neutro entre eles e Israel? Não creio. Achou-se há coisa de um ano atrás que a saída das forças sírias do Líbano era motivo de comemoração – e em abstracto até seria (curiosamente, comemorou-se mais na Europa e na América do que em Israel). O problema foi que o Hezbollah passou a estar à solta num país fictício que não tem força para controlar nem grupos armados no seu interior nem as suas próprias fronteiras. Os Sírios retiraram e deixaram a responsabilidade e o campo abertos ao voluntarismo daqueles que sempre ocupam o vazio. No entanto, na situação actual, enviar uma força de interposição parece ser mais uma falsa solução: cara, recebida como interferência “ocidental” pelos Xiitas e provavelmente potenciadora de problemas acrescidos para os governos árabes moderados (Jordânia e Egipto) se tivessem de a integrar. Além de que os Israelitas sabem melhor o que fazer para se defenderem (e para defenderem a sua fronteira a norte, que também é libanesa).
4 Comments:
Eis outro caso de um vídeo divertido que coloca em perspectiva algumas das questões do Médio Oriente:
VIDEO 4:29m
Sem dúvida que os israelitas sabem oq ue fazer para se defenderem. Estão a demonstrá-lo. A questão é que a tal força não deveria ter obrigação de "defender os israelitas", antes de defender toda a gente, especialmente aqueles que mais estão a sofrer: os libaneses que nada têm a ver com o Hezbollah e são castigados pelo facto de os combatentes do Hezbollah por lá morarem.
"os libaneses que nada têm a ver com o Hezbollah e são castigados pelo facto de os combatentes do Hezbollah por lá morarem."
O Hezbollah tem dois ministros no governo e 14 membros do parlamento Libanês...
Caro Luís
A questão é que futuras crises deste género deviam ser evitadas. Se não nem Israel descansa, nem o Líbano almoça. Os israelitas são favoráveis a uma força deste tipo, desde que tenha um mandato suficientemente robusto para não ficar atada de pés e mãos como a força de observação da ONU que está na zona. Além disso, a ideia seria sempre usar uma força internacional para garantir a retirada voluntária da milícia do Hizballah. (Algo difícil de obter, mas desejável). Isto é algo que o exército nacional libanês dificilmente poderá fazer sem recomeçar a guerra civil. Mas ao fim de um período de transição seriam as forças armadas libanesas a assumir o controlo da região, como seria normal.
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