sexta-feira, julho 21, 2006
Via Andrew Sullivan chego ao artigo The YouTube Wars, de Ana Marie Cox, publicado na Time de anteontem. Cox fala-nos deste que é o último punhado de terra deitado sobre os tempos da informação controlada em cenário de guerra: qualquer soldado pode hoje, com uma simples câmara digital e acesso à internet, gravar e divulgar um testemunho ou acção bélica sem a edição de terceiros.
A maioria desse registos [disponíveis por busca no YoutTube, entre outros motores] é confrangedora: quem os vê, mesmo que os antecipe, não deixa de se chocar com a juventude dos seus autores/protagonistas, com a excitação e a alienação características de uma situação em que a violência extrema é facto de todos os dias. Há também alguns testemunhos de angústia e incerteza no futuro, reflexão que num cenário de morte iminente deve ser tormento indesejado. Ninguém espere encontrar narrativas ou enquadramentos nestes vídeos; talvez daqui a alguns anos estes mesmos autores possam dar um sentido mais completo ao acto que suponho ser filho do mesmo impulso que nos leva a tirar uma foto num momento que não queremos esquecer, mas que não compreendemos porque estamos nele, no momento. Hoje à noite irá para o ar a aguardada reportagem Iraq Uploaded, na americana MTV, por excelência a televisão da geração em combate. Estes documentos estarão muito longe da coerência e qualidade dos documentários Report from the Aleutians (1943), San Pietro (1945) e Let There Be Light (1946), encomendados a John Huston durante o seu serviço no Corpo de Sinaleiros dos EUA. Porém, tal como com estes, as forças armadas e a sociedade americana em geral estão a ter muita dificuldade em lidar com a crueza da imagem que as suas imagens transmitem.
[Foto: MTVNews, Iraq Uploaded]
4 Comments:
Eis um caso de um vídeo divertido que coloca alguma perspectiva nas questões do Médio Oriente:
VIDEO 2:34m
Desculpem, aqui:
VIDEO 2:34m
:)
Obrigada pelo comic relief , Miguel :)
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