quarta-feira, julho 26, 2006

Vidas Civis

A ideia de que nas guerras não devem morrer civis é uma ideia radical e recente, que muito me apraz registar em princípio, mas que sou forçado a reconhecer que é muito difícil de implementar na prática.

Israel atinge civis? Sim. Mas provavelmente e regra geral ao tentar atingir alvos do Hizballah e do Hamas, pelo contraste entre o número de vítimas e o seu enorme potencial militar. (Já o ataque ao posto de observação da ONU parece altamente suspeito, embora possa ter partido de um descontrolo local).
O Hizballah ou o Hamas também têm procurado atingir alvos militares isrealistas - foi com ataques a soldados do Tsahal que esta crise começou. Mas o seu armamento é muito mais limitado e muito menos preciso. Quando à acusação de que o Hamas ou o Hizballah revelam uma particular perversão por se "misturarem com civis" ela é pura propaganda. Qual é que é a novidade? Todas os movimentos de guerrilha em todos os tempos foram acusados de cobardia pelos exércitos convencionais por se refugiarem entre a população civil. Não é cobardia: é uma necessidade táctica imposta pela sua fraqueza. Nunca ouviram falar em Mao e na máximo de que os guerrilheiros devem sobreviver entre a população como peixe na água? Os militares de Napoleão queixavam-se dos guerrilheiros portugueses e espanhóis misturados com mulheres, crianças (e padres) aquando das "Invasões Francesas" no início do século XIX. Os militares britânicos queixavam-se de que os movimentos armados sionistas contavam com a cumplicidade da população judaica na Palestina que Londres tentava governar antes de 1948. Etc.
Talvez haja especialistas de relações internacionais em Portugal que sejam insensíveis aos mortos civis nesta crise. Eu cá deparo-me na maior parte dos casos com textos completamente parciais e sentimentalistas. Parece-me que a função dos analistas deveria ser analisar. (E nesse contexto apontar, eventualmente e entre variados outros factores, para as normas costumeiras na comunidade internacional.) Não é com certeza sua função politizar ou moralizar: para isso já há políticos e líderes religiosos. Queixar-se da insensibilidade dos analistas perante um conflito faz tanto sentido como queixar-se da frieza de um médico perante um homem a esvair-se em sangue.

2 Comments:

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