segunda-feira, junho 19, 2006

Valente Quixote


Concordo com José Medeiros Ferreira nas críticas certeiras que faz à entrevista de Vasco Pulido Valente. A redução drástica do número de deputados, que não resolve, ao menos, o problema orçamental, não é acima de tudo receita segura para uma melhoria substancial da qualidade do nosso sistema político. Também me parece que o entrevistado de ontem da Rádio Renascença é melhor lido e conversado. Muito melhor mesmo! (Mas isso não significa que seja um mau entrevistado. Trata-se apenas de um excelente escritor e de um conversador ímpar).
No entanto, registei uma nota inteligente apesar de, aparentemente, demasiado óbvia para compreender, ao menos em parte, o estado de desgovernação quase permanente do nosso querido Portugal: Os políticos "[...] além de não conhecerem a sociedade portuguesa, também não conhecem a nossa história. Niguém diria, ouvindo falar esses senhores, que há dois séculos o nosso problema é sempre o mesmo: o Estado monstro, o défice eterno e a balança de pagamentos." (Citação do Público de hoje).
Por fim, e a propósito de mais uma biografia escrita e publicada por um dos grandes historiadores de língua portuguesa dos últimos trinta ou quarenta anos [Um Herói Português: Henrique Paiva Couceiro], fiquei eu ainda mais convencido de que, tal como o biografado, também o biógrafo tem muito de quixotesco. Ainda bem!

3 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

O Fernando Martins gostou mesmo do Madison!
Tenho lido com particular gosto as suas observações sobre as relações entre professores e estudantes.abraço

8:17 da tarde  
Blogger Fernando Martins disse...

Obrigado pelos cumprimentos! Escrevo no plural porque havia um outro comentário, que agradeço, mas que entretanto se apagu.

12:55 da manhã  
Blogger João Miguel Almeida disse...

O Vasco Pulido Valente é um grande escritor que em vez de ficção escreve crónica, História e até teve algumas incursões como guionista a mais feliz das quais foi a adaptação de «O Delfim» de José Cardoso Pires. Mas o «bota-abaixo» metódico escorrega facilmente para o cabotinismo. Muitos dos meus amigos que o admiram andam cansados do seu espírito destrutivo.

10:40 da manhã  

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