O «cine-tributo» de
Edgar Pêra a
Carlos Paredes coloca as imagens ao serviço da música. Ou seja, é um cine-disco. Sabemos que, no século XX, os filmes foram vistos antes de serem ouvidos.
Movimentos Perpétuos é um filme que só merece ser visto se for ouvido. Nesta aparente modéstia reside a sua força criativa. Uma questão interessante é saber se esta atitude inverte a relação de Carlos Paredes com o cinema, iniciada com a banda sonora de
Verdes Anos, na qual o músico se encontraria ao serviço do realizador. Não será na música que se encontra a grandeza de
Verdes Anos?
Assumindo-se como um vanguardista, Edgar Pêra expõe a sede de futuro e o incessante movimento da «melancolia dourada» de Carlos Paredes.
É um filme de estilhaços de luz unidos pela voz do músico e a música da sua guitarra; jogo de sombras e formas com «gente dentro.»
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