sexta-feira, maio 11, 2007

Encore Lisboa


Deixaram-me neste meu poste várias questões com interesse: Será que só Lisboa tem o monopólio das desgraças? Claro que não, como sublinha o Luís Lavoura. Mas isso serve de pouca consolação. E o potencial para fazer asneiras com grande impacto é maior em Lisboa.

Será que houve algum Presidente da Câmara de Lisboa com um projecto de cidade? Quer Sampaio, quer João Soares tinham como grande prioridade, que conseguiram concretizar, acabar com as barracas. Seria preciso mais, teve custos elevados, mas é uma coisa muito importante. Carrilho tinha um bom projecto e uma boa equipa, o que a sua personalidade (entre o pouco estimada e o odiada em muitos meios) não deixou ver.

Temos a sorte de Ribeiro Telles já ter desenhado o Plano Verde. Um plano com que Santana (fiel a si próprio) se comprometeu e descomprometeu, e que a Câmara Carmona rejeitou. Parece que a Assembleia Municipal está agora a querer aproveitá-lo. Já não seria mau que os novos candidatos se comprometessem seriamente a avançar com ele.

Que candidato socialista? Helena Roseta teria sido um bom nome politicamente para Sócrates. Daria uma satisfação à ala esquerda mais inquieta do PS. Poderia facilitar uma coligação com as esquerdas. E se perdesse dificilmente os críticos o poderiam atacar. Mas Roseta, sendo uma pessoa de carácter e ideais, parece-me talvez pouco afeita, apesar de uma experiência autárquica há anos, para as tarefas de gestão política e administrativa de uma cidade como Lisboa. O que não quer dizer que não pudesse (possa?) vir a ter outro papel (por exemplo ao nível da Assembleia Municipal).

Mas importa-me sobretudo que surjam alternativas de qualidade para a cidade, de preferência de todos os partidos, e tanto quanto possível longe da politiquice. Lisboa bem precisa. Mas Lisboa também precisa desesperadamente de governabilidade. Isso significa coligações à esquerda e à direita, e significa também eleições para a Assembleia Municipal.

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