terça-feira, maio 15, 2007

Conselheiro sentimental

Para defender a proposta do Bloco de Esquerda favorável a uma espécie de “divórcio na hora”, o animador do Arrastão sustenta que a partir do momento em que uma das partes deixa de amar, o divórcio e a sua consumação devem ser um direito consignado na lei. Na proposta do Bloco e nas palavras do Daniel eu vejo, acima de tudo, irresponsabilidade e “engraçadismo”, além uma enorme necessidade de procurarem demonstrar que ainda vivem. Mas vejo, também, a propósito do cruzamento feito entre casamento e amor, uma ternurenta mentalidade pequeno-burguesa e um desconhecimento absoluto do que é a instituição do matrimónio. Coitado, o Daniel está convencido que o casamento existe por causa e em função do amor. Não é bonito? Mais um bocado e o Daniel passará do “Eixo do Mal” para os programas da manhã da SIC ou da TVI onde se tornará num muito bem sucedido e popular conselheiro sentimental, falando olhos nos olhos com donas de casa, adolescentes relapsos e pensionistas sexualmente muito activos.

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7 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Há neste post (talvez por engano) uma confusão entre casamento (um contrato de direito civil) e matrimónio (um sacramento da ICAR). São coisas diferentes, como é evidente. A proposta do Bloco aplica-se ao casamento, não se aplica (nem poderia aplicar-se) ao matrimónio.

Luís Lavoura

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"o divórcio e a sua consumação"

Já ouvi por diversas vezes falar de "consumação do casamento", agora de "consumação do divórcio" é a primeira vez que ouço falar...

Luís Lavoura

5:58 da tarde  
Blogger R.O. disse...

Se para Fernando Martins, independentemente das questões políticas, o casamento por amor corresponde a "uma ternurenta mentalidade pequeno-burguesa" adequada à TV-Cor-de-Rosa, então resta-nos pensar que ele mantem uma mentalidade pré-moderna (para não dizer medieval) daqueles para quem o casamento era um simples contrato de interesses (bens, procriação, classe social).
Pensa FM que o casamento sem amor pode favorecer o "até que a morte nos separe", ou até evitar a desagregação do casamento?
> Roteia

4:42 da tarde  
Blogger Fernando Martins disse...

Ultraperiférico,
Se nos casássemos por amor, casávamo-nos com os nossos amigos, os nossos pais, os nossos filhos ou os nossos pais. Capice?

7:19 da tarde  
Blogger Daniel Oliveira disse...

Por acaso quase todas as pessoas que conheço que se divorciaram foi por causa destas razões pequeno-burguesas. Mas suponho que para a lei isso deve ser irrelevante. Só que, lamentavelmente, a lei é feita para pessoas, mesmo que Fernando Martins as ache imbecis. Podemos todos continuar a fingir que nada mudou e que o Mundo acaba aqui neste blogue. A lei pode esquecer estas obsessões de bimbos românticos.

Confesso que me é indiferente porque se divorciam as pessoas que não conheço e porque resolveu casar ou não casar Fernando Martins. Ele saberá da sua vida. Desde que o Fernando Martins não ache que tem o direito de obrigar seja quem for a continuar casado... Sobretudo com ele.

9:25 da tarde  
Blogger Fernando Martins disse...

Daniel... Diz lá que, todos os dias um bocadinho, não fantasias casar comigo?

12:07 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

...e é tão bom querer controlar a vida dos outros!!! por acaso essa ideia de que "há que transparecer uma imagem polida, porque os outros podem pensar(...)", não terá saído de uma daquelas conversas entre vizinhos que não têm vida própria?... Ou das Mães de Bragança talvez?

Mas será sempre bom discutir o que é e o que realmente NÃO é moralmente correcto..

cumps.

6:48 da tarde  

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