sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Com Santana Lopes tivémos na política portuguesa (continental) umas espécie de Venezuelano Furioso. Um populista latino-americano descontrolado. Com o seu braço direito, Carmona Rodrigues, temos o direito ao mesmo populismo, à mesma navegação à vista, às mesmas mudanças súbitas, mas com um estilo suave, adormecedor.
O Venezuelano Suave voltou agora a atacar. É normal estando em causa a sua sobrevivência. Desde feita tentou docemente convencer o bom povo lisboeta que é completamente diferente alguém estar acusado de corrupção, ou seja de receber dinheiro privado para ferir o interesse público, do que estar acusado de peculato, ou seja de apropriar-se indevidamente de dinheiro público para seu proveito privado. Realmente é diferente. Mas é menos grave, é menos lesivo do interesse público? Parece evidente que não. Alguém pode continuar a administrar bens públicos acusado destes crimes? Não creio, por muito suavamente que se ponha a questão. Pode um Presidente que vê os seus dois principais colaboradores acusados de tais crimes continuar em funções? Pode, se for um Venezuelano Suave. Carmona só sai se o PSD o forçar por não querer continuar a ser cozinhado em lume brando.
É Carnaval, portanto, em Lisboa. Mas nem é seguro que se acabar a brincadeira, se houver novas eleições, a brincadeira acabará realmente, e haverá quem seja capaz de governar com visão de futuro e enfrentando os interesses instalados. O Carnaval em Lisboa pode estar para durar.
ADENDA - Parece que, no curto prazo pelo menos, terá de ser a oposição a forçar eleições se o quiser. Serão capazes de se unir para essa tarefa tão difícil?
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