terça-feira, janeiro 09, 2007

Ana Maria Rios

Na foto Ana Maria Rios mostra ao fotógrafo, e aos espanhóis, que tem, e sempre teve, as suas mãos limpas.
Há coisa de quatro, cinco meses uma jovem galega, em lua-de-mel em Cancún com o seu também jovem marido, tornou-se estrela mediática em Espanha. Quando no aeroporto se preparava para embarcar de regresso à pátria, a “cabeleireira de Arcade” (Província de Pontevedra) foi acusada de tentar traficar droga nas suas bagagens. Ficou detida, tendo rapidamente sido remetida para a "cárcere" à espera de ser ouvida por um juiz.
Depois de muita angústia por toda a Espanha, na Galiza e, claro, em Arcade (vila do concelho de Soutomaior, com bons restaurantes com preços e decoração popular, localizada mesmo à beira da ria de Pontevedra), onde amigos e familiares garantiam a inocência da vítima, a coisa resolveu-se. Ana Maria Rios foi libertada, a conspiração desmascarada – parece que agentes da autoridade, como algumas vezes sucede no aeroporto de Cancún, lhe tinham colocado droga entre a bagagem com a intenção de lhe extorquirem uns dólares (?) – e, dias depois, recebida com alegria, alívio e, provavelmente, uma bela mariscada, já que Arcade é conhecida não apenas pela sua bela ponte medieval que ajudava os peregrinos do caminho português a chegarem a Santiago de Compostela, mas por causa dos seus magníficos bivalves (ostras, amêijoas e mexilhões).
Ontem Ana Maria foi, outra vez, notícia em toda a Espanha. Pousou nua, ao que parece por menos de 50 mil euros, para a famosíssima revista Interviú. Como sempre acontece àquelas que pousam nuas na Interviú, Ana Maria teve honras de “portada”. Magra, com mamas que não parecem naturais, mas que também não me atreveria a afirmar não o serem, Ana Maria parece ter um bom agente e, com isso, intenções de se tornar numa das muitas vedetas mediáticas que ocupam grande parte da imprensa, da rádio e das televisões espanholas por causa de incidentes mais insignificantes ainda do que aquele de que Ana Maria terá sido vítima no México.
Normalmente, em Espanha, homens e mulheres tornam-se famosos por serem toureiros, jogadores de futebol, cantarem muito mal, por saírem, namorarem, casarem e divorciarem-se com e de outros famosos. Mas os famosos de Espanha são interessantes, e provavelmente muito mais interessantes do que os portugueses famosos ou de muitos outros europeus, por duas razões. Em primeiro lugar por, aparentemente, exporem publicamente tudo aquilo que diz respeito à sua vida privada (consequência da elevadíssima competitividade do mercado de famosos espanhol). Em segundo lugar, porque põem em movimento em variadíssimos sectores de actividade económica (e não apenas nos media), quantidades verdadeiramente astronómicas de dinheiro. Fazem-no apenas a troco da exibição de uma vulgaridade que a Espanha, também ela toda muito vulgar, não apenas tolera como consome avidamente (note-se, porém, que há uma hierarquia de vulgaridade e de gente vulgar; uma coisa é a vulgaridade da recém chegada Ana Maria, outra era, por exemplo, a de Mar Flores e, outra ainda, a de Isabel Presley).
Visto tudo isto, só me resta desejar a Ana Maria as maiores felicidades, até porque me pareceu quando há meses a vi e ouvi no México e em Espanha prestando declarações para dezenas de microfones e câmaras de televisão com a maior das naturalidades, estar perante alguém que se apresentava muito mais como famosa do que como cabeleireira anónima. Por isso, na altura achei, sinceramente, que ali podia estar mais uma estrela para o firmamento da vulgaridade mediática espanhola. Como não me enganei, talvez já esteja na altura de mudar de vida. Ir por esse mundo à procura de potenciais famosos, assinar contratos de representação com os ditos, definir-lhes uma estratégia e pô-los a trabalhar (ou será a render?).

2 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Pois é, grande negócio o dos famosos. Basta ver a programaçao de canais de TV como a Antena 3 e a Tele 5.

Uma pequena correcçao aos post. Ana María Ríos foi presa porque alguém lhe colocou um detonador militar e cartuchos na mala. Nao foi droga neste caso.

Em relaçao às dúvidas que surgem pelas mamas nada melhor que começar com a leitura da primeira parte da história das mamas:

In Loving Mammary
Tracking 100 years of breast obsession
By Susan Seligson

http://radaronline.com/features/2007/01/history_of_breasts_part_01.php

11:29 da manhã  
Blogger Fernando Martins disse...

Agradeço a correcção, mas escrevi o post de memória, sendo também certo que na altura não segui com muita atenção as peripécias do evento.
Também agradeço o link!

12:05 da tarde  

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