sábado, janeiro 06, 2007

Onde pára o modelo finlandês?

Há tempos o nosso Governo fez uma lei que impõe um tecto salarial na administração pública lusa. Mais coisa menos coisa, legislou-se com o objectivo de impedir que quem quer que seja ganhe mais do que o primeiro-ministro. A coisa tem que começar a ser cumprida neste ditoso ano de 2007. Vários casos, portanto, terão que ser tratados com brevidade ao passo que outros já o terão sido. Nuns os funcionários da administração pública sairão dando o seu lugar a quem não se importe de ganhar segundo as novas regras. Outros continuarão aceitando uma redução mais ou menos substancial nos seus salários. Porém, vislumbra-se uma excepção complicada: a do director-geral das finanças. Ganha substancialmente mais do que o chefe do Governo, parece que não quer passar a ganhar muito menos e não se importa de sair, regressando à “iniciativa privada.” Mas como o dito director é muito competente – a máquina fiscal está mais eficaz do que nunca – e o Governo não se quer desfazer dele, uma solução tem que ser encontrada contornando a lei sem deixar de a cumprir. Pelo menos é o que anda hoje a dizer a Sic-Notícias. Quando vejo uma coisa destas. Ou seja uma situação em que apesar de todo o rigor e toda a intransigência governamental se está afinal uma vez mais na disposição de fazer um jeitinho que consiga contornar o espírito e a letra daquilo que revela ser uma má lei. Ao apreciar toda esta trapalhada, só penso em que ponto, no meio disto tudo, se encontra, da parte do Governo, o exemplo do tão propalado modelo finlandês pelo qual Sócrates e muitos dos seus ajudantes se apaixonaram nos últimos tempos e garantem querer aplicar a Portugal e aos portugueses.

2 Comments:

Blogger Marx disse...

Mau seria que um cargo, qualquer que ele seja, apenas possa ser ocupado por uma pessoa. O País não pode, creio, continuar refém da evidente e comprovada competência de Paulo Macedo. Não há mais ninguém que o possa substituir? E por um ordenado mensal inferior a 22 mil euros? Pelos vistos, apenas até ao limite de 5,8 mil euros?
Creio que na Finlândia não haveria dúvidas. Ou todos os funcionários dos Impostos eram despedidos, por incompetência e/ou falta de ambição; ou seria o ministro das Finanças a ocupar o exclusivo cargo de DGI. A terceira hipóteses, pouco crível na Finlândia mas nem por isso em Portugal, era Paulo Macedo passar a primeiro-ministro.

6:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Na Finlândia, ao que parece, começa por toda a gente pagar os impostos devidos...

5:47 da tarde  

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