quinta-feira, novembro 16, 2006
No mínimo, o presidente Zapatero acha-se um predestinado. Ele é a “desfranquização” de Espanha (já com seguidores em Portugal); ele é a resolução da questão autonómica em Espanha; ele são as negociações de paz no País Basco, ele é a aliança de civilizações – cujo nome já diz tudo sobre o seu iluminado arquitecto –; ele é a sua intenção de, através de compromisso público assumido em discurso comovente, construir um monumento à paz em Madrid; ele é, agora, a sua absolutamente extemporânea iniciativa de paz para o Médio Oriente e que logo juntou o outro grande idiota do momento na política europeia – o inestimável Chirac. A diligência de Zapatero, para que se veja como era pensada, equilibrada e estimada no mundo e na região, foi recebida com grandes aplausos por palestinianos e apelidada assim como que ridícula por um alto funcionário israelita que preferiu manter o anonimato. Como se não bastasse, parece que não só o Governo italiano está disposto a tornar o duo num trio, mas, mais grave ainda, estas idiotices têm muitas vezes o condão de pegar. Mas como se não bastasse, Zapatero lá vai dizendo que apesar de tudo coisa tem pernas para a andar, o importante é fazer qualquer coisa, etc., etc.… Eu, por mim, sugeriria ao nosso querido amigo Zapatero… porque não ficar mudo e quedo poupando-se a ele, à Espanha e a Portugal – tantas vezes confundido com o seu vizinho – ao ridículo?
6 Comments:
Não sou de forma alguma adepto de Zapatero e entendo que a sua visão das autonomias e da Desfranquização encerra riscos escusados. Mas não é,com certeza absoluta, o único a achar-se um "predestinado", como por exemplo acriatura a quem calhou em sorte ser o actual Presidente dos EUA. Quanto à iniciativa de paz no Médio Oriente, não vejo porque há de ser uma "idiotice". Só porque os outros subscritores foram a França e a Itália? Ou porque os palestinianos a aceitaram e os israelitas não? Até parece que os segundos são um modelo de tolerância e concórdia.
É uma "idiotice" pela simples razão das iniciativas de paz, se é que se pretendem séria e que obtenham resultados, não se fazerem desta maneira. É básico. Qualquer diplomata em Madrid sabe disso e arrepia-se com a política externa espanhola que, ainda por cima, tem grande predilecção por figuras como Castro, Chavez e Kadafi. Com todo o respeito, acho que os espanhóis escolheram para presidente do Governo um homem que serviria, quando muito, para presidente duma associação de estudantes numa Universidade de segunda ou terceira ordem.
O meu aplauso, Fernando Martins.
Assisti a uma intervenção do Zapatero na TVE e fiquei assombrado com a pobreza de espírito da criatura.
SIN ENMIENDA
Zapatero, el pacificador
Juan Carlos Escudier
http://www.elconfidencial.com/opinion/indice.asp?id=2070
concordo que a política externa do governo espanhol é penosa, mas o Juan Carlos Escudier tem razao quando diz que "las empresas están que dan palmas con las orejas".
Totalmente de acordo. Só há política externa espanhola no campo económico. Mas vamos ver no que dá o empenho na opa de eon sobre a endesa. Já a Repsol, até ao momento, só pode aplaudir. Com orelhas ou sem orelhas.
meu caro Fernando, a endesa já nao é um problema. a opa da eon foi autorizada esta semana pela cnmv. entretanto a acciona já controla 20% da empresa e pode ir até aos 30% caso a nova lei de opas seja aprovada. isto significa que as possibilidades da empresa alema controlar a eléctrica espanhola sao bastante reduzidas.
por falar na repsol e em empresas de construçao, neste momento a sacyr vallehermoso já é a maior accionista da petrolífera com cerca de 10% e com o objectivo de chegar aos 20%.
a espanha e "el ladrillo".
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