Autoflagelação
Medeiros Ferreira, mais ambicioso, quer atacar Salazar e o salazarismo que campeiam livremente na sociedade portuguesa antes de embarcar numa cruzada anti-franquista.
Presumindo que o salazarismo e o franquismo ainda existem, respiram e são erradicáveis, pergunto-me se não haverá coisa mais franquista (ou salazarista) do que pretender apagar ou erradicar aquilo que realmente existiu e hoje só sobreviverá, ao menos em Portugal, com denodada protecção do Estado e do regime. Visto de outro modo, o salazarismo só sobrevive, e ainda sobreviverá, porque aqueles que vieram depois, com o peito cheio de ar, não conseguiram, apesar de muito terem prometido, apagar a memória e o exemplo deixado pelos dois ditadores. É triste? Claro! Mas é aquilo que temos. Antes de bater nos mortos talvez valha a pena um pouco de autoflagelação.
3 Comments:
E, já agora: Olivenza é terra portuguesa!
Caro Fernando Martins:
A questão prática é a seguinte:caso a Espanha entre numa fase de desfranquisação, já anunciada aqui e ali,acha possível ficarmos a recordar academicamente a guerra civil numa arcádia de brandos costumes?
Caro professor. O que é ou pode ser em 2006, 36 anos depois da morte de Oliveira Salazar, remover o salazarismo de Portugal? Encerrar o Museu de Arte Popular?
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