segunda-feira, setembro 04, 2006
Através deste post no Insurgente cheguei a este outro no Guest of Time. Se se provar, e penso que não será difícil, que FCG tem razão, o "historiador" Rui Tavares poderá ser despedido com "justas causa". Seria uma pena para o "historiador" e para os seus muito milhares de leitores devotos. Mas, por outro lado, ficaria mais uma vez demonstrado que a "marcha" do Bloco de Esquerda contra o desemprego é uma atitude sincera, desinteressada, inovadora e que o povo, nomeadamente o desempregado, há muito reclamava. Que, portanto, se trata de uma iniciativa política que nada tem a ver com a necessidade vital do Bloco e do seu líder ocuparem uns quantos minutos diários nos noticiários televisivos e radiofónico no preciso momento em que se cumpriam mais de seis meses sobre o dia em que ficou demonstrado que Louçã e os seus seguidores definhavam politicamente sem que ninguém os possa salvar. Nem os próprios, nem o PCP, nem, muito menos, o PS. É que Sócrates, ao contrário daquilo que muitas vezes se diz, não é António Guterres. Há portanto a possibilidade de, e não querendo subvalorizar o grande talento do Bloco de Esquerda, nomeadamente para a demagogia e para o terrorismo político, a extrema-esquerda desaparecer do Parlamento português durante alguns anos. Assim prevejo e faço votos...
P.S.: Não quero com isto dizer que o "historiador" Rui Tavares seja do Bloco de Esquerda. Ele é, estou certo, superior a tudo isso.
6 Comments:
Mas então, caro Fernando, os historiadores não eram sempre ideologicamente motivados? Não era fundamental ter pluralismo de pontos de vistas na história? Afinal, se é assim, que sentido é que fazem estas aspas no historiador, ou as alusões a despedimento com justa causa?
Bruno,
As aspas devem-se tão só ao facto Rui se identificar como historiador - não posso nem quero avaliá-lo como tal uma vez que não lhe conheço a obra como, aliás, não conheço a obra da maioria dos historiadores portugueses que publicam trabalhos exteriores aos temas e ao período a que eu me dedico como aprendiz de historiador. De qualquer forma, e por isso mesmo, as críticas (as minhas) neste post são ao comentador Rui Tavares. Quanto aos teus comentários a este meu post, devo apenas dizer que louvo muito o teu papel de advogado ou procurador do Rui Tavares. Noto também que ainda não ultrapassaste um trauma chamado Barnabé. Tens toda a minha compreensão, mas apenas isso e não é ilimitada. Por outro lado, deves explicar ao Rui Tavares que não és responsável por aquilo que eu escrevo. Finalmente, se tu elogias o Rui Tavares e, com isso, elogias textos que para mim, do ponto de vista da argumentação, que não das ideias, são totalmente absurdos e impublicáveis na chamada imprensa de referência - se é que ainda existe -, o problema é teu. Agora não venhas para aqui tentar condicionar aquilo que eu escrevo num tonzinho ácido porque fico logo com a ideia de que mais do que incomodar o Rui Tavares - aliás acredito que não o incomodo de todo -, as minhas críticas aos Barnabés te incomodam a ti. Já foi assim com o Daniel Oliveira, agora com o Rui Tavares. É que uma pessoa fica a pensar porque raio é que o Bruno é mais ácido nos comentários aos meus posts sobre os Barnabés do que em qualquer outro comentário a qualquer outro post. Será que o Bruno quer ter sol na eira e chuva no nabal?
Caro Fernando: a acidez está na tua imaginação e na tua resposta. Se há pessoa que de que não tenha vontade de ser advogado de defesa em polémicas de blogues é o Rui Tavares.
A pergunta que te fiz pareceu-me e parece-me ter toda a pertinência. E a resposta que me dás é fácil, previsível, mas não lida com o essencial. Não é inevitável e bom haver pluralismo ideológico ao olhar para o passado(tema de vários dos teus postes, inclusive um recente sobre o Tarrafal)? Então porquê o despedimento com justa causa? O texto é incompetente diz quem? Tu? O blogue que tu citas em apoio? Mas não são os dois de direita? Qual é o espanto, de acordo com os teus critérios, se estão em desacordo com o Rui Tavares?
Este é um blogue desalinhado, e cada um dá as opiniões que entende, e assume a responsabilidade por elas. Mas quem entende ter alguma coisa a acrescentar, acrescenta. Sejam os alvos ex-barnabés ou futuros marcianos.
O meu problema fundamental com este tipo de postes, já que reina a franqueza, não tem a ver com traumas meus, mas com me parecer que sobram as invectivas e faltam os argumentos. Exactamente porque é que o texto do Rui Tavares é tão incompetente é coisa que eu não consigo perceber do TEU TEXTO, seja o tom de brincadeira ou a sério, e é a única coisa que me interessaria realmente.
Portanto não leias aqui um apelo a que não critiques ex-barnabés. Quando muito a que os critiques melhor (de acordo com os meus critérios, sempre discutíveis, claro).
E ainda faltou acrescentar que considero o Rui Tavares, com ou sem traumas barnabitas (deixo isso para o meu terapaeuta, quando e se tiver um), e concorde ou não com um determinado texto, um dos cronistas mais talentosos, informados e interessantes da nossa praça.
Bruno,
Os posts ou os blogues que eu cito, ao menos para mim, não são nem de esquerda nem de direita. São bons, maus ou antes pelo contrário. Posso-te indicar uns quantos tanto à esquerda como à direita que são maus e que, portanto, não só não leio, como não cito. Se achas que citei um determinado post num determinado blog para criticar o Rui Tavares só porque este é de esquerda (?) – e objectivamente mau – e o outro de direita – e objectivamente bom –, devo dizer que não me conheces. Citei um excelente post para criticar o texto do Rui Tavares no Público, que por acaso tinha lido – confesso que não leio todos e, também por isso, não conheço a sua obra de comentador – porque mostrava como a opinião do Rui Tavares naquele caso concreto era descabida, ou ridícula, para não dizer outra coisa. Era ridícula e descabida, ponto! Porque razão é que de cada vez que faço uma crítica ou lanço uma adjectivação tenho que produzir um texto de cheio de factos e de argumentos? Nem para, o que não seria o caso, adjectivar superficial, fútil e muito depreciativamente Wagner ou Mozart me sentiria na obrigação de escrever um tratado, quanto mais para o Rui Tavares ou quem quer que fosse. Isto é um blogue ou uma prova académica? Pareceu-me ao parasitar outro post estava não a demonstrar a incompetência do Rui Tavares como, e por causa disso mesmo, a justificar o seu despedimento e, portanto, a sua integração naquela mole imensa de gente que o BE tem reunido desde que este fim de semana arrancou de Braga rumo a Lisboa (?) lutando contra o desemprego. Como é óbvio não só não desejo que o Rui Tavares seja despedido de cronista do Público, como de nenhum outro lado. Em primeiro lugar por me parecer que pode melhorar – basta, entre outras coisas, que não queira ser sempre original. Em segundo lugar por haver sempre o risco de vir a ser substituído por alguém muito pior.
Visto isto, não posso deixar de te pedir que justifiques em pelo menos 10 mil palavras a razão pela qual o Rui Tavares é um dos "cronistas mais talentosos, informados e interessantes da nossa praça." Se for dos mais engraçados ainda compro… e não é necessário que justifiques desde que lhe juntes, entre outros, a Joana Amaral Dias, por outras razões, a Clara Pinto Correia, por razões de 25 anos e, claro, o doutor César das Neves, eventualmente pelas mesmas razões do Rui Tavares.
De qualquer modo confesso que gostaria muito que explicasses as razões pelas quais o Rui Tavares é tão bom. É que como tu também eu gostava de poder ver, ou conseguir ver, a LUZ. Sobretudo para, ao perceber, poder obedecer ao teu juízo.
P.S.: Não devo deixar de agradecer os teus três comentários ao meu post. Faço-o não pelas invectivas, totalmente ausentes, mas pelos claríssimos argumentos. Também te agradeço os mesmos comentários não apenas pela qualidade filosófica intrínseca, mas por serem todos eles sinais claros de compaixão cristã. Compaixão por todos aqueles espíritos fracos que, como o meu, ousam tentar colocar-se ao mesmo nível de outros que lhe estão muito acima. Deste-me uma importante e inesquecível lição de humildade (e não apenas cristã). Talvez agora decidas, com a coragem que te reconheço, ir dá-la a toda a blogosfera.
Caro Fernando
Parece-me que confundes dar razões com dar secas. Não é preciso escrever muito para argumentar bastante e pode-se fazê-lo com piada. Como também se podem fazer piadas fáceis de conteúdo escasso.
Acho o Rui Tavares talentoso porque escreve claramente melhor do que a média (veja-se o poste final do Barnabé). Acho-o interessante porque resiste a ortodoxias fáceis e vazias (veja-se o texto que escreveu sobre a polémica dos clássicos). Informado, parece-me mais ou menos evidente. O que não significa, evidentemente e como se viu no passado, que concorde sempre com ele. Mas é sem dúvida uma pessoa com quem vale a pena debater.
Sobre o tema candente, ele até pode justificar a crítica e a discussão (veja-se o poste do Luis neste mesmo blogue), mas, de facto, não me parece que mereça excomunhões humorísticas ou outras. Essas realmente chocam com o meu espírito de cristão erasmiano.
Que fazes críticas à direita ou à esquerda não tenho dúvidas. Mas se é para dizer apenas que estás muito muito em desacordo com alguém de esquerda e que o melhor era ele calar-se, sem explicar bem porquê, ou a coisa tem muita graça ou arrisca-se a ter pouco interesse. Em suma, faz o tipo de humor que entenderes. Mas não me peças que ache sempre piada.
Quanto ao comentário que te fiz não tratava nem de traumas, nem de estabelecer tops de talento, mas apenas de dar continuação a um debate que temos mantido sobre o lugar da ideologia na História. Em que tu aliás deixaste várias interrogações com água no bico a postes meus. E em que me pareceu que esta teu poste dava o flanco. Se alguém desviou a conversa não fui eu. E por aqui me fico. Ou melhor me vou para outras paragens (marroquinas).
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