quinta-feira, julho 06, 2006

De cabeça erguida?


Destas vez saímos mesmo de cabeça baixa e a chorar, por que não estávamos a jogar para vitórias morais, mas para vitórias reais. Foi pena! (Que terrível palavra é um non! Como dizia o pregador via o realizador.) Escolhemos a altura pior para começar a perder. Mas pelo menos lutaram até ao fim; mostram uma capacidade de organização e de resistência à adversidade que faltou noutras alturas e tal. (E até houve um Wellington brasileiro e tudo para por ordem nas hostes.) Eis as minhas conclusões a quente/frio.
Os Ingleses são o povo mais racista a comentar futebol que me foi dado presenciar. (O que é dizer muito!). A distinção entre tabelóides e o resto da imprensa é mais de estilo do que de substância. A explicação de fundo já a ensaiei aqui. Mas o resultado nem por isso é bonito de se ver. Quem acha os jornais maus, devia ter visto a cobertura televisiva. Desde uma "montagem" inicial sobre Portugal que só mostrava as batotas nacionais, até um par de comentadores convidados, um deles francês, claro, e o outro... brasileiro. A conclusão no final do jogo foi que evidentemente a França merecia estar na final, que nem se percebia como é que Portugal ali estado (isto, de comentadores que achavam sempre que a Inglaterra tinha grandes hipóteses.) E que podíamos ter jogado mais quatro ou cinco horas que nunca iamos conseguir marcar! Uma beleza! É por causa desta xenofobia futebolística estridente que não vi praticamente nenhum estrangeiro que viva por aqui a desejar outra coisa que não fosse a derrota da Inglaterra. Para os residentes por estas paragens um conselho prático, ou dois. Evitem hooligans. Aos outros basta perguntar: se somos tão maus e tão batoteiros para que é que a Federação Inglesa queria tanto o Scolari para seleccionador? Para ver se aprendiam?

Despois, se não tenho dúvidas de que por estas bandas somos o bode expiatório do afastamento inglês, supostamente por via dos "mergulhos para falta", há alguns jogadores portugueses que ainda não perceberam que só na tropa se ganham batalhas a rastejar na erva.

Finalmente, um conselho táctico para o próximo jogo com a França. Na minha qualidade de experiente treinador de bancada é meu parecer que o melhor mesmo é a selecção portuguesa marcar um auto-golo logo na primeira ocasião. Assim poupam-nos o sofrimento de saber quando é que vão oferecer mais um penalty aos gauleses, e temos garantida a satisfação garantida de ver um golinho português. De resto, parabéns a todos, principalmente aos que mais precisarem, e venha a... glup, Alemanha.

4 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

A transmissão da BBC foi nojenta, enquanto não cheguei ao comando da TV e pus o volume no 0. No intervalo, mudei de canal, e no fim do jogo já não havia mais nada para ver...
Enquanto me lembrar dos comentários sobre o Ronaldo e sobre a selecção, vou torcer para que a Inglaterra perca todos os jogos e que os clubes ingleses tropecem na Europa, Chelsea incluído!

9:48 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Felizmente tenho Sky, por isso posso tirar os comentarios da BBC e escolher o "Match Sound"...coisa que fiz desde o intervalo do jogo com a Holanda.

A histeria, como o Bruno escreveu, atingiu toda a imprensae a diferenca foi de estilo e nao conteudo, mas houve algumas excepções honrosas, viram a critica do Alistair Campbell à cobertura da BBC no "The Times" de ontem? Tudo bem que ele tem umas contas a ajustar com eles mas aconselho a leitura. (http://www.timesonline.co.uk/article/0,,28749-2257985.html)
O podcast do James Richardson & friends no "The Guardian" também foi um exemplo de boa cobertura comandada por um dos poucos jornalistas ingleses que sabe alguma coisa de futebol internacional.

Enfim foi interessante ser português em Londres nestes ultimos dias.

12:32 da tarde  
Blogger bruno cardoso reis disse...

Tem razao, Kapa, claro, houve algumas excepcoes na imprensa (veja-se o exemplo dado pelo Fernando Martins no "seu" Telegraph, no poste acima). Portanto nao se pode generalizar completamente. Mas ainda assim, o nivel medio... E continua. O anuncio dos nomes para a Bola de Ouro e melhor jovem jogador, com Maniche e Ronaldo entre os finalistas, quase nao mereceu atencao, nem fizeram qualquer mea culpa em termos da avaliacao da seleccao portuguesa.

Estou curioso para ver a reaccao a tudo isto do Mourinho quando regressar.

1:59 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Concordo, o nivel médio tem sido e continuado a ser bem...rasteiro, e é verdade, se não fosse pelo site da Fifa ou os jornais portugueses online não teria sabido das nomeacões do Ranaldo e Maniche.

Além da reacção do Mourinho, vai ser interessante se o Ronaldo voltar para Manchester, já se fala em necessidade de protecção policial e tudo...tristeza.

5:43 da tarde  

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