Acidental RIP
O Acidental para mim foi um marco, um inimigo íntimo e cavalheiroso. Do que eu realmente gostei no Acidental foi do que não gostei, do que me irritou e provocou resposta. É das polémicas que os Acidentais me aturaram que vou sentir falta.
Senti-me tentado pelo generoso oferecimento do Paulo Mascarenhas para provocar discussão internamente em vez de externamente ao Acidental. (Foi assim que ele colocou a questão). Mas resisti a juntar-me a esse can-can de direitistas tão desalinhados que até eu era capaz de não destoar muito. (Afinal, quem é que pode acreditar que Deus é de direita?)
O Acidental acabou em festa. Ainda bem e ainda mal. Todos os projectos têm o seu tempo. É quem está neles que sabe quando chegou altura de passar o testemunho ou fechar a porta. No entanto, e nisso serei tradicionalista, parece-me que o chato em Portugal é que as coisas duram de menos. Há programas na BBC há dezenas de anos, e nem por isso deixam de fazer sentido, de se renovar qb, e não impedem que surjam outros novos. O Acidental, diz quem lá estava, deu origem a outras coisas, em que a sua equipa de bloguistas prefere ocupar-se nesta altura. Quem sou eu para discordar? Mas espero que os acidentais não abandonem completamente a blogosfera. Basta olhar para fora para ver que cada vez mais blogues e outros meios de comunicar se complementam.
A blogosfera faz sobretudo sentido, para mim, enquanto houver vozes discordantes e que apreciem o debate de ideias. (Com ocasionais exageros, certo, de que não me excluo, e a que um meio tão imediato de publicação se presta: "não há almoços de graça" como dizia o velho Marx, ou alguém por ele). Confesso a satisfação com o acolhimento aos meus postes pela oposição de direita blogosférica com que polemizei ou continuo a polemizar. (Mas claro, se a esquerda blogosférica quiser debater-se comigo, prometo que não discrimino.) Nisto espero que a (sempre) nova blogosfera se pareça com a antiga.
1 Comments:
Subscrevo os parabéns ao Acidental, Bruno. E por mim podem fumar à vontade aqui no estabelecimento. Mas perto das janelas ou no jardim de inverno, sim?
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