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We are nearly all descended from people who, only a few genertions back, worked on the land. The countryside is our final link with them, and with a past wich seems from here to have been more ordered and possessed of deeper certainties."
Ian McEwan [Prefácio], Town and Country,Vintage/Random House, 1999.
Em Novembro de 1995,
Roger Scruton convidou
Paul Hirst,
Anthony Barnett,
Bob Grant e
Sophie Jeffreys a fundar
Town and Country, um fórum mensal composto por pessoas de diferentes sensibilidades políticas, que em comum tinham o objectivo de discutir e projectar o futuro do espaço rural. Numa década em que o arroteamento de áreas protegidas e a expansão imobiliária ameaçavam esse espaço,
Town and Country significou a ampliação do seu debate público, até então cativo de meios estritamente técnicos. Lembrei-me dele a propósito do que tão lucidamente
aqui disse
Rui Ângelo Araújo. Apesar de a nossa circunstância ser totalmente diferente da dos britânicos da década de noventa, também precisamos de decidir o que fazer lá na terra, no interior, onde a população é escassa e dispersa. Necessariamente, com base numa discussão alargada, multidisciplinar e não-sectária, que a predisposição social para a mudança é, de momento, inexistente. A resistência fundamental assenta num dominante e ancestralíssimo apego ao chão herdado dos pais. Vender um lameiro, permutar uma courela, ou aceitar de boa vontade a expropriação de uns metros quadrados para benefício público ainda é coisa inominável em bastante Portugal. Muito por legalizar, mato por todo lado, filhos, netos e bisnetos sem saber estremas do que quer que seja. Não vai ser fácil.
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