segunda-feira, maio 05, 2008

Vidas em comum



A beleza da reportagem especial, transmitida hoje no "Jornal da Noite" da SIC, não se prende simplesmente com o pouco que se pode fazer quando já quase nada resta num concelho tão desertificado e abandonado como o concelho de Odemira. Pouco podemos sempre fazer. Mas aquilo que a Taipa faz é sobretudo dar esperança e vida aquelas pessoas. E isso não é só muito como espanta onde o poder do associativismo e de uma vida de partilha, em comunidade, nos pode levar. A sociedade da abundância não compreende a taxa de suicídio de Odemira. Não compreende que a única coisa que nos pode salvar desse abismo da solidão são os outros. Só neles e para eles a vida deve ter o seu sentido. Sem quaisquer falsos sentimentalismos, permitam-me uma pergunta: há algo mais humano e belo do que o sorriso do agricultor Anastácio André - que mora a 1 h de distância da localidade mais próxima, sem luz e completamente isolado - quando vê um grupo de crianças a entrar pelo seu monte, para conhecerem onde é feito o seu "cabaz da horta"?

2 Comments:

Blogger hmbf disse...

Também vi. A espaços, também me comovi. Mas por outra razão: aquela gente merece tudo. É gente com ideias, que faz, que põe em prática, que avança. No fundo, é gente poeta. Felizmente conheço muita gente assim, gente que merece tudo. Tudo menos a classe de políticos que temos, os quais são quase sempre um entrave ao bem-estar, à alegria de viver e aos sonhos de gente assim.

10:50 da tarde  
Blogger David Soares disse...

Jorge,

Infelizmente, parece que perdi uma boa reportagem. O exemplo da Taipa na propagação de um humanismo integral ganha cada vez mais sentido por esse Portugal fora.

1 abc

11:41 da tarde  

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