terça-feira, maio 22, 2007

Queda de Wolfowitz


Não me agrada bater no ceguinho. Mas Wolfowitz não é um ceguinho qualquer. Sebastian Mallaby do Council on Foreign Relations (do mais mainstream que se pode arranjar no meio académico norte-americano) fez os comentários mais apropriados à agenda moralizadora de Wolfowitz no Banco Mundial em que forjou a espada em que acabou por cair ele próprio:

Mas o que mais me chocou foi ver Wolfowitz e os seus aliados não conseguiram perceber que tinha de sair. Estes adeptos do neo-liberalismo económico extremo, defensores de que a precariedade no emprego que implica é algo normal e inevitável, subitamente transformarem-se em sentimentais profundamente preocupados em evitar um despedimento demasiado brusco e traumatizante. Estes neo-conservadores tão capazes de ver nos custos em vidas de uma guerra um sacrifício necessário em nome de um bem maior, subitamente ficaram paralisados pelas susceptibilidades pessoais de Wolfowitz. Estranhos critérios, não? Em todo o caso não é todos os dias que o Banco Mundial se vê envolvido num caso romântico multiculturalmente correcto, nesse aspecto há que lhe tirar o chapéu. Desejo-lhe a melhor sorte no seu futuro pessoal e académico.

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