quarta-feira, abril 11, 2007

A Taberna do Funileiro

O aposentando João da Agualva, Martins de pai, teve a dado Inverno a lembrança de contar o país aos seus vizinhos. Manuel Pinheiro Chagas - por sugestão de Miguel Martins Dantas, então Ministro de Portugal em Londres - assim imaginou o narrador da História Alegre de Portugal (1880). Este raconto popular de séculos de aventuras e desventuras políticas possui dois ingredientes em comum com Os Grandes Portugueses, o personalismo e a simplificação, e outros tantos propósitos, ensinar e entreter. O velho mestre-escola desejava substituir as idas a certa tasca de Belas por uma forma de lazer edificante, o serviço público televisivo tenta reaproximar o telespectador do conhecimento do seu passado. Por mim, prefiro um só episódio do programa do António Barreto a todas aquelas emissões especiais protagonizadas por Maria Elisa, ou mesmo às tele-biografias, mas a bitola está baixa: antes divulgação com poucas pretensões científicas que qualquer dos outros pratos da Taberna do Funileiro (telenovelas em loop, talk-shows com quinze pessoas a falarem em simultâneo, rescaldos e ateios futebolísticos). Do menos mau para o bom, o caminho é mais curto.

[Imagem: Universal]

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11 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

its really nice... hope to come back soon ...

9:52 da tarde  
Blogger CLeone disse...

Pois, comparado com o resto o retrato social é muito bom. Pena é, mas sem surpresa, que tomado por si só, seja pouco mais que uma crónica do Barreto com imagens em cima: ideias simples em frases curtas, sentencioso e superficial. Em papel, vê-se mais o facciosismo, quando não pior; assim, vê-se mais a banalidade, memso quando não se discorda muito.

10:59 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ACV, permita-me que lhe diga que achei que o último episódio da série do AB começou muito mal.

Aquele testemunho de uma dama que afirmou que devido à sua vida atarefada se deitava, tanto de inverno como de verão, à uma ou às duas da manhã e se levantava às cinco só pode ser tido como fantasioso. Ninguém (salvo o professor Marcelo) aguenta dormir invariavelmente apenas três ou quatro horas.

Claro que a vida de quem mora nos subúrbios das grandes cidades deixa imenso a desejar, e eu sou o primeiro a reconhecê-lo, mas qualquer exagero torna-se risível.

12:03 da tarde  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

Carlos,
a série em causa não me parece nada banal; o formato é simples, sim (monólogo, diálogo e ilustração), mas não simplista; permite-se ser compreendido por pessoas de diferentes condições e idades; essa é, a meu ver, a sua maior virtude.

Anónimo, não vi o início do episódio, devo dizer, mas a situação que descreve não tem absolutamente nada de extraordinário: poder-lhe-ia dar exemplo de várias mulheres (e homens, também) da minha família que viveram duranto vários anos descansando apenas nesse horário; uma delas é minha mãe.

1:21 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ACV, quando eu de noite tenho insónias e vou à janela a essas horas (nas noites de domingo a quinta), à uma ainda vejo uma ou outra luz, às duas ou às cinco deparo quanto muito com alguns noctívagos.

Peço muita desculpa, acredito se alguém disser que devido a trabalhos se deita TODOS OS DIAS pela meia-noite e se levanta TODOS OS DIAS pelas seis. Mais do que isso, não acredito, lamento.

1:39 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Voltei aqui e pareceu-me que o meu comentário anterior ficou um tanto desagradável para com ACV.

Só queria acrescentar que não era essa de modo nenhum a minha intenção.

4:39 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Mais uma coisa (prometo que é a última): eu queria ter dito «trabalhos caseiros».

4:41 da tarde  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

Anónimo,
uma vez que não crê ser possível haver quem viva, por regra, com menos de seis horas de sono por dia, ainda quel lhe tenha testemunhado o oposto, nada mais posso acrescentar.

8:10 da tarde  
Blogger CLeone disse...

Eu concordo com o tom do post, caso não tenha sido claro.
Claro que chega a vários públicos é meritório, e não só em TV. O meu ponto é que aquilo não acrescenta ao que já se sabe, e não só entre especialsitas, mas ao nível de senso comum. Memso os «jjovens», que podiam aprender algo, duvido que vejam aquilo. Mas admito que dar que pensar é fasquia muito alta, até para um livro.

10:38 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ACV: no hard feelings, ao menos?

(A senhora sua Mãe, perdoe-me o atrevimento, não passaria ao menos pelas brasas à hora da sesta?

Escusado será dizer que conto com o seu sentido de humor...)

6:27 da tarde  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

Compreendi melhor agora, Carlos.

Anónimo,
no hard feelings at all; e sim, a minha mãe por vezes dormia a sesta, sobretudo ao domingo.

11:50 da tarde  

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