25 de Abril Hoje
Quanto à história, muito há a fazer. (E, claro, tudo se pode e deve questionar e analisar.) Mas também já alguma coisa se vai fazendo. Destaco dois livros de colegas e amigas. Da Inácia Rezola, acabadinho de publicar, está ainda fresquinha uma bonita e útil síntese interpretativa, de leitura fácil (o que é muito díficil de conseguir), que faz o estado da questão em relação às questões essenciais do 25 de Abril. Da Paula Borges Santos temos um estudo detalhado, a pretexto do caso da Rádio Renascença, da relação bem mais complexa do que se imagina entre actores revolucionários e católicos, entre capitães e bispos, entre militantes e leigos. E ainda, de um investigador que não conheço, mas numa revista que conheço bem, um tema que muito me interessa: Tiago Moreira de Sá estuda os Americanos perdidos na Revolução Portuguesa no último número das RI. É comprar, ler e gostar (ou não, afinal, estamos em democracia).
Etiquetas: 25 de Abril, História e Historiadores
6 Comments:
recordar Abril é vital para que não nos roubem a lioberdade.
Por acaso nunca me tinha lembrado de comparar o 25 de Abril e o PREC com a ocupação do Iraque pelos EUA e seus aliados. Agora que o Bruno fala nisso, reconheço que tem tudo a ver. Saddam foi uma espécie de Américo Tomás. Só não sei quem é o major Otelo ou o coronel Vasco Gonçalves das FA amricanas. E, claro está, o dr. Mário Soares das forças ocupantes.
De facto, é aberrante comparar os dois casos.
a) A "libertação" do Iraque foi feita de fora para dentro
b)O Iraque fica numa zona onde a noção de democracia está muito distante da noção ocidental.
c) No Iraque existem sérias questões étnicas e tribais que só não descambaram em guerra civil graças à mão de ferro de Saddam.
d) No Iraque, há mais gente a opor-se a uma democracia (especialmente por ser imposta) e disposta a a enormes sacrifícios nessa luta.
Deve haver muios mais argumentos que distinguem cabalmente o caso prtuguês do iraquiano, mas a minha pouca sapiência já me permitiu identificar estes pontos. Acho que são claros.
Saudações
http://mnemeeuropa.blogspot.com do sabio Antonio Lugano
Que há essas distinções eu não tenho dúvida. Mas quando politicamente muita direita portuguesa argumenta que democratizar, mesmo que seja pela força e custe o que custar, é o princípio pelo qual se deve ajuizar a situação no Iraque, não faz sentido depois vir dizer que esse princípio político e até moral não se aplicava a Portugal em 1974.
Caso contrário poderiamos ser levados a pensar que não se tratava de um argumento de princípio mas sim que se aplicaria de acordo com as conveniências.
Aí, perfeitamente de acordo.
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